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Produção de algodão triplica

A produção de algodão caroço no distrito de Ribáuè vai atingir cerca de 21 mil toneladas dentro das próximas três campanhas agrícolas, volume que representa o triplo comparativamente às cifras actuais. Para a concretização do objectivo, as autoridades governamentais e a concessionária local desenharam um ambicioso plano conjunto que incorpora subsídios que contemplam o produtor, sobretudo para as lavouras e tratamento fitossanitário daquela cultura de rendimento.

Rohit Chantuani, director para a área do algodão na Olam Moçambique, disse que o crescimento dos volumes de produção pressupõe o aumento das actuais áreas de cultivo. Para o efeito, a sua firma decidiu isentar os custos inerentes à destronca, alocando meios mecanizados.

A abertura dos novos campos cujos custos são suportados, na globalidade, por aquela multinacional será precedida de um processo de estudo sobre o seu potencial para a prática do algodão com vista à obtenção de rendimentos acima de uma tonelada por hectare.

“O produtor que trabalhar numa área igual ou superior a cinco hectares vai beneficiar, a título gratuito, de cinco tratamentos fitossanitários que o algodão exige”- disse a nossa fonte, acrescentando que os subsídios direccionados aos produtores que fizerem três hectares do “ouro branco” vão beneficiar de isenção no pagamento de cinquenta por cento do custo global dos tratamentos químicos que representam um custo considerável na produção daquela cultura.

A Olam está a fazer a multiplicação de sementes da variedade Albar cuja qualidade é internacionalmente reconhecida sobretudo pelo comprimento da sua fibra. Esta variedade adquirida no vizinho Zimbabué vai substituir a AC/324 em uso há décadas e que se revela ultrapassado, pois o seu rendimento por hectare não ultrapassa os 800 quilogramas de algodão/caroço.

Num encontro havido há dias, em Ribáuè, destinado a anunciar o pacote de incentivos disponibilizados para fazer face à campanha agrícola de algodão prestes a arrancar, soubemos que a concessionária local vai agraciar com uma motorizada nova o líder tradicional cujo regulado conseguir uma produção superior a cinco mil toneladas daquela cultura por campanha, a partir da próxima.

O referido encontro contou com a participação do representante do governo distrital e lideres comunitários, produtores de algodão e técnicos extensionistas.

Falando em nome dos restantes produtores de algodão presentes ao encontro, António Cinquenta disse que o distrito tem potencial humano e terras aráveis influenciado pelo clima para suplantar a meta de 21 mil toneladas do chamado “ouro branco”. Entretanto, apelou no sentido de se proceder a uma intervenção nas vias de acesso para facilitar o escoamento da produção aos mercados e garantir a disponibilidade de bens alimentares manufacturados e vestuário aos produtores.

Actualmente, a Olam trabalha em nove agências em Ribáuè e Lalaua, com um universo de produtores estimado em 13 mil, que, segundo Rohit Chantuani, vai crescer de forma gradual a partir da próxima campanha, influenciado, sobretudo, pelos incentivos e pela sensibilização que já está em curso no sentido de aumentar a sua aderência à prática da cultura que regista uma tendência de subida do preço ao nível do mercado internacional em face da dissipação da crise que afectou, sobremaneira, as principais praças financeiras do mundo.

Rohit Chantuani precisou que a subida dos volumes de produção pressupõe o aumento da capacidade de descaroçamento. Porque a fabrica instalada em Ribáuè há cinquenta anos não está a corresponder às expectativas, a Olam já está no mercado norte americanos, líder de equipamento de descaroçamento, à procura de adquirir uma nova com verbas já garantidas para o efeito.

Em tempos, o distrito de Ribáuè foi um dos líderes na produção de algodão na província de Nampula, mas a preferência por outras culturas ao nível do mercado, em particular gergelim, feijões e amendoim, mergulhou o chamado “ouro branco” numa crise profunda devido ao preço praticado.

Crescência António, secretária permanente distrital em Ribáuè, disse aos produtores que é possível fazer culturas de rendimento e alimentares simultaneamente, sendo, contudo, necessário avaliar onde se localizam os benefícios financeiros imediatos e futuros que garantem a realização de investimentos para a melhoria da vida das famílias.

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