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PRM detém 20 imigrantes ilegais em Gorongosa

A Polícia da República de Moçambique (PRM) anunciou, Terça-feira, a detenção de um grupo de 20 imigrantes ilegais em Gorongosa, província central de Sofala.

O grupo, que seguia a bordo de camião porta contentor de marca “Freightliner”, inclui 15 ilegais de origem paquistanesa, sendo os restantes bengalis.

Os ilegais encontram-se encarcerados na Beira, onde aguardam repatriamento. A mesma sorte também teve o motorista do camião do camião, um cidadão de nacionalidade moçambicana identificado pelo nome Alexandre José.

A sua detenção foi graças a uma denúncia sobre a existência de cidadãos que estavam a ser transportados em condições desumanas no interior de um contentor a partir da província da Zambézia com destino à África do Sul.

Citado pelo jornal “Diário de Moçambique”, o chefe da secção de imprensa no Comando Provincial da PRM em Sofala, Mateus Mazibe, disse que as autoridades ainda estão a averiguar a via que os referidos cidadãos usaram para entrar em Moçambique. A PRM sabe apenas que os mesmos chegaram à Zambézia idos de Nampula, transportados num outro veículo pesado.

“O camião que os transportava da Zambézia foi apreendido na vila de Gorongosa, graças a uma denúncia de alguém que terá visto o pé de um dos estrangeiros a partir de um buraco aberto no contentor. Foi do mesmo buraco, feito na parte debaixo do contentor, do lado frontal, que os 20 estrangeiros conseguiram entrar e viajar durante várias horas”, disse Mazibe.

Na altura da detenção, 12 dos cidadãos apresentavam problemas de saúde, originados por dificuldades de respiração devido a falta de ventilação no interior do camião.

“Ao que se sabe, eles viajaram várias horas sem paragem. O primeiro ponto em que o motorista parou foi em Gorongosa, local onde foram todos descobertos”, explicou.

O motorista que transportou os estrangeiros ilegais da Zambézia até Gorongosa terá dito que, concluída a missão, receberia uma recompensa de 40 mil meticais (cerca de 1.480 dólares), valor que seria pago por um indivíduo não revelado na província de Manica.

“Isto espelha a existência de uma rede de tráfico de pessoas. Um negócio chorudo que ilicitamente enriquece umas pessoas à custa do sofrimento de outras. Dadas as condições em que os cidadãos estavam a ser transportados, alguns até poderiam vir a perder a vida antes de chegar ao destino”, disse Mazibe.

O motorista do referido camião, disse que transportou os ilegais em cumprimento de um contrato verbal que firmara com um outro cidadão, cuja identidade se escusou a revelar, na província da Zambézia.

“Eu encontrei estes senhores na Zambézia, quando saía de Nampula. Fui abordado por alguém no sentido de lhes transportar até ao posto administrativo de Inchope, província de Manica, local onde deveria receber 40 mil meticais pelo serviço prestado”, disse Alexandre.

“Confesso que esta é a primeira vez que faço este tipo de negócio. O camião pertence a uma empresa, para a qual trabalho em Maputo. Fui a Nampula em missão de serviço e encontrei este biscate”, acrescentou.

Esta é mais um caso de um camião apreendido pelas autoridades policiais a transportar ilegalmente e em condições desumanas cidadãos estrangeiros ilegais.

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