Iniciou, Segunda-feira (12), no distrito do Dondo, a produção de etanol na base da mandioca, combustível destinado ao abastecimento de fogões denominados “Dzilo”, num acto testemunhado pela princesa herdeira da Dinamarca,Mary Elizabeth, que, Segunda-feira, visitou a empresa Clean Star Mozambique, proponente do projecto que emprega actualmente 150 trabalhadores em Sofala e Maputo.
Apesar de não ter feito qualquer pronunciamento sobre o empreendimento, Mary Elizabeth mostrava-se satisfeita com o que viu “in loco”, nomeadamente a fábrica, armazéns, laboratório, entre outros compartimentos.
O empreendimento visitado por Mary Elizabeth é constituído por capitais australianos, britânicos, indianos e dinamarqueses, este último país de que é originária a princesa herdeira.
Para além de biocombustível com base na mandioca, a Clean Star Mazambique irá manufacturar alimentos como cereais e produtos leguminosos, contemplando ainda uma unidade de agro-processamento a ser abastecida por centros rurais de produção daquele tubérculo nos distritos do Dondo e Muanza.
Segunda-feira, Bill Rustrick, director-geral da referida fábrica, revelou em entrevista, segundo o “Diário de Moçambique”, que o dia foi uma data especial, por se tratar do dia em que a Clean Star Mozambique iniciou a produção de etanol, acto que acontece depois da emissão da licença por parte do Governo moçambicano.
A fonte deu a conhecer que enquanto se esperava pela permissão governamental, a empresa iniciou com a “alimentação” dos fogões “Dzilo” por meio de biocombustível que era importado dos países da África Austral.
“A partir de hoje (Segunda-feira) vamos parar com a importação de etanol, pois somos capazes neste momento de abastecer os fogões com o etanol por nós produzido” – disse Bill Rustrick, dando a conhecer que etanol do Dondo será exclusivamente usado no mercado nacional como combustível para o abastecimento dos fogões “Dzilo” que neste momento são comercializados em Maputo, onde o consumo de carvão vegetal é maior.
Convidado a pronunciar-se sobre a matéria-prima, o director-geral da Clean Star Mozambique disse que até ao preciso momento a empresa não tem tido problema nesta componente, mas “à medida que a demanda aumentar, vamos igualmente aliciar mais produtores de mandioca, que para além deste tubérculo irão cultivar outras culturas que serão vendidas à fábrica”.
Explicou que a matéria-prima é fornecida neste momento por mil famílias produtoras com unidades de produção em Savane, no Dondo, e Muanza, no distrito com mesmo nome, mas “se houver necessidade neste sentido, compraremos mandioca de Inhambane por um período muito curto”.
“Dentro de dois anos aumentaremos o número de produtores de mil para cinco mil famílias em Sofala” – disse a fonte, dando a conhecer que o projecto conseguiu identificar em Umbeluzi (Maputo) uma nova variedade de mandioca sem doença capaz de produzir por hectare seis vezes mais que o tubérculo actualmente cultivado.
Quando convidado a pronunciar-se sobre os fogões que usam o etanol produzido no Dondo, o director-geral da Clean Star Mozambique disse que antes o mesmo era fabricado no continente europeu, mas depois passou a ser feito na vizinha África do Sul, mas num futuro breve, Moçambique passará a ter uma unidade de produção.
“Neste momento, os fogões são comercializados em Maputo numa fase experimental e escolhemos esta província por se tratar de uma região com maior consumo de carvão vegetal. Portanto, o nosso objectivo é substituir o carvão que polui o ambiente pelos fogões que emitem energia limpa” – disse o director-geral da Clean Star Mozambique.