O primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi, visto pelo Ocidente como um baluarte contra a militância islâmica, morreu na noite da Segunda-feira (20) num hospital de Bruxelas, depois duma prolongada luta contra uma doença. Ele tinha 57 anos.
As especulações sobre o seu estado de saúde intensificaram-se depois de Meles ter faltado a uma cúpula da União Africana, este mês, em Adis Abeba, capital da própria Etiópia.
A imprensa estatal disse que o vice-primeiro-ministro Hailemariam Desalegn tomará posse como chefe de governo provisório.
“O primeiro-ministro faleceu por volta de meia-noite. É hora de os seus restos retornarem”, disse aos jornalistas, Terça-feira (21), o porta-voz Bereket Simon, homem de confiança do político.
Segundo Bereket, Meles estava doente fazia um ano, e recuperava-se bem até ter uma recaída e ser levado às pressas para a UTI. Não foi revelada qual era a doença. Meles assumiu o poder em 1991, substituindo a junta militar comandada por Mengistu Hailé Mariam.
Nos anos seguintes, viria a tornar-se uma figura política expressiva no continente, além de guiar o seu país, um dos mais pobres do mundo, numa fase de forte crescimento económico.
Em duas ocasiões, ele ordenou que as tropas etíopes entrassem na vizinha Somália para combater os rebeldes islâmicos.
Os grupos de direitos humanos acusam-lhe de reprimir com violência as dissidências, mas o Ocidente em geral fazia vista grossa a isso.
O governo etíope não informou que doença acometeu-lhe nem onde ele estava a ser tratado. Uma fonte da União Europeia disse que Meles morreu no Hospital da Universidade de Saint-Luc, em Bruxelas.