O primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, convocou eleições antecipadas para Março, esta quarta-feira (3), a primeira do país nórdico em mais de meio século, depois de o Parlamento ter rejeitado o primeiro orçamento do seu governo de minoria de centro-esquerda.
Já se acreditava que a coligação de Social Democratas e de Verdes de Lofven, vista por muitos como o gabinete mais fraco em décadas, corria o risco de uma derrota na votação do orçamento se o Partido dos Democratas Suecos anti-imigração se unisse aos principais oposicionistas.
Repudiados pelos partidos convencionais, os Democratas Suecos detêm o equilíbrio de poder no Parlamento desde as eleições gerais de Setembro. “Isto redesenha fundamentalmente o mapa político”, declarou Lofven numa entrevista colectiva, dizendo que as novas eleições “permitirão que os eleitores façam uma escolha diante desta nova paisagem política”.
O partido de extrema-direita ameaçou tornar a Suécia ingovernável a menos que o país imponha o tipo de política imigratória rígida adoptado pela vizinha Dinamarca, e quer que a Suécia reduza em 90 por cento a cota de concessão de asilos.
Lofven culpou as quatro legendas de centro-direita do governo de aliança anterior por conceder um verdadeiro poder de veto aos Democratas Suecos na política local. O impasse abalou a imagem da nação, tida como exemplo de estabilidade política e fiscal, em contraste com uma Europa assolada por crises.
Mas a dívida pública pequena e o crescimento relativamente robusto da Suécia ainda devem vencer a incerteza política, pelo menos no curto prazo. Os analistas alertaram que uma nova votação não necessariamente produzirá um governo estável e de maioria, de centro-direita ou centro-esquerda, em vista das tácticas truculentas dos Democratas Suecos.