Quase um mês após tomar posse o Presidente da República ainda não conseguiu concluir o Governo do seu 2º mandato. Nesta quinta-feira (06) reconduziu Adelaide Amurane no cargo de Ministro na Presidência para Assunto da Casa Civil, nomeou 15 vice-ministros, alguns tecnocratas, outros “apparatchiks” e mais seis mulheres para melhorarem “o indicador de equilíbrio do género dentro do governo”. Continuam por indicar os vices de Ernesto Max Tonela, de Ivete Maibase, de Jaime Bessa Neto e de Amade Miquidade.
Para trabalhar com Adriano Afonso Maleiane, que está sem vice desde o início de 2019, o Chefe de Estado indicou a jovem economista Carla Alexandra Oreste do Rosário Fernandes Louveira.
Com uma passagem fugaz pelo ministério a nova vice-ministra da Economia e Finanças, filha do renomado Rosário Fernandes, trabalha há quase uma década no Banco de Moçambique (BM), era Directora do Gabinete de Inclusão Financeira, instituição onde labora com o marido, Álvaro Louveira.
À parte da sua competência, que é desconhecida, o @Verdade apurou que Carla Alexandra Oreste do Rosário Fernandes Louveira terá entrado para o banco central levada ao colo pela mãe, Maria Lúcia Zacarias, uma funcionária sénior que agora representa o BM na Sociedade Notícias.
O experiente quadro da Educação, Manuel Banzo, foi nomeado para trabalhar com a comissária política Carmelita Rita Namashulua num dos ministério mais estratégicos para o desenvolvimento de Moçambique.
Helena Mateus Kida terá ao seu lado um dos mais proeminentes membros do famigerado G40 (grupo de comentadores ao serviço do partido Frelimo), Filimão Joaquim Suazi que foi indicado para o cargo de vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos.
Mais do que uma recompensa pela sua acérrima defesa à favor do partido Frelimo e de Filipe Nyusi poderá caber ao jovem vice garantir a implementação da legislação recentemente aprovada e que visa reprimir a Liberdade de Expressão no nosso país, particularmente nas redes sociais.
No estratégico Ministério da Indústria e Comércio o Presidente da República parece ter feito a vontade do seu antigo colega de escola e nomeou Ludovina Bernardo que mostrou serviço a Carlos Mesquita como Diretora Nacional de Comunicações de Moçambique.
A nova vice-ministra da Indústria e Comércio é uma experiente funcionária pública com passagem pelos governos provinciais de Maputo e Niassa e pelas Finanças onde exerceu o cargo de Directora Nacional de Administração e Recursos Humanos. Quem viu a campanha eleitoral recorda-se de Ludovina Bernardo já fazendo de vice para onde quer que Mesquita fosse.
Verónica Macamo e Ana Comoana respiram de alívio com vices tecnocratas
Celso Correia também parece ter escolhido à dedo o seu vice na Agricultura e Desenvolvimento Rural onde tem a missão impossível de acabar com a fome em Moçambique. Olegário dos Anjos Estevão Guilherme Banze, mestrado em Relações Económicas Internacionais e especialista em Desenvolvimento, é um profundo conhecedor do sector.
O @Verdade sabe que começou na agricultura, passou pela Autoridade Tributária, era Diretor Nacional Adjunto de Promoção do Desenvolvimento Rural quando Correia criou o super ministério do mandato passado e foi promovido a Director Nacional de Desenvolvimento Rural onde iniciou o Projecto Sustenta, que é um dos pilares de alavancagem do sector agrário e tem conta com fundos do Banco Mundial para ser alargado a todo o país.
A ilustre desconhecida Cecília Sandra Jerónimo Francisco Chamutota é mais uma jovem mulher para o Executivo e que foi indicada para vice de João Osvaldo Machatine nas Obras Públicas e Recursos Hídricos.
Verónica Macamo deve ter respirado de alívio com a nomeação do “embaixador” Pedro Comissário Afonso para o cargo de vice. Este diplomata com uma carreira de quase quatro décadas, representou Moçambique da Europa a América e nas Nações Unidas, havia sido encostado durante o ano passado na direcção do irrelevante Gabinete Central de Combate à Droga.
Também aliviada deve estar a ministra que mais ofícios já assinou desde que foi empossada, Ana Comoana, com a indicação do advogado e experiente funcionário da Administração Estatal e Função Pública Inocêncio Florentino José Impissa para o cargo de vice-ministro.
Um dos “pais” da descentralização centralizada o @Verdade apurou que Impissa subiu vários degraus no Ministério tendo nos último anos passado de director nacional adjunto de Organização do Território para director nacional de Desenvolvimento da Administração Pública.
Rolinho Manuel Farnela é outro jovem no Governo de Filipe Nyusi contudo é também um quadro em ascensão no Ministério do Trabalho e Segurança Social com alguma experiência na gestão laboral, servirá de muleta a ministra Margarida Adamugy Talapa.
Nyusi nomeia gestora de medicamentos para vice-ministra da Saúde
A revolução do Presidente Nyusi no Ministério da Saúde continua, depois de indicar Armindo Daniel Tiago para ministro, um médico vindo da academia, nomeou para sua vice Lídia de Fátima da Graça Cardoso uma profissional de saúde que não é médica.
O @Verdade apurou que a nova vice-ministra da Saúde tem quase duas décadas de experiência em projectos de saúde do sector privado e público, grande parte desses anos ao serviço da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) particularmente na logística dos medicamentos.
A escolha de Lídia Cardoso poderá estar relacionada com o drama da distribuição de medicamentos, com as negociatas existentes na aquisição dos medicamentos mas também por ter a recomendação do principal Parceiro do sector de saúde, os Estados Unidos da América.
Para co-adjuvar a oboísta Eldevina Materulaco o Presidente da República nomeou Fredson Victor Bravo Bacar para o cargo de vice-ministro da Cultura e Turismo. Jovem licenciado em Administração Pública e Ciencias Sociais é mais um “apparatchik” para o Governo.
Embora o seu trabalho nas direcções provinciais de Cultura e Turismo de Manica e de Inhambane seja saudado Bacar é “camarada” que começou no Tribunal Judicial da Província de Maputo e saltou para assessor do Governador da Província da Zambézia, Carvário Muária, e membro da família Kathupa.
Entretanto Nyusi manteve nos mesmo cargos Manuela Joaquim Rebelo, como vice dos Transportes e Comunicações, Leda Florinda Hugo, como vice da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Lucas Mangrasse, como vice do Género, Criança e Acção Social e Henriques Bongece, como vice-ministro do mar, Águas Interiores e Pescas.