O novo presidente da Itália, Sergio Mattarella, surpreendeu nos primeiros dias de mandato ao optar por viajar num voo regular e usar o transporte público, como o comboio e até mesmo o metropolitano. Antes de ser eleito, quando ainda era juiz do Tribunal Constitucional, Mattarella locomovia-se pelas ruas de Roma com um discreto Fiat Panda cinza.
A sua primeira saída oficial após ser eleito presidente italiano pelo parlamento foi um longo passeio de ida e volta da sua residência à igreja onde assistiu à missa de domingo. A pergunta que não queria calar na Itália era se o austero e discreto juiz manteria o nível de vida após a mudança para o Palácio do Quirinal.
Embora nos limites impostos pela segurança, Mattarella continua a passear com frequência e surpreendeu quando, na semana passada, foi ao aeroporto de Fiumicino com a sua mala para embarcar num voo regular da companhia aérea Alitalia, com destino a sua cidade natal, Palermo.
As fotos de Mattarella, que atravessava a passarela de acesso ao avião ao lado de outros passageiros, cumprimentando os pilotos e ocupando o seu assento foram notícia na imprensa italiana. Mattarella tinha previsto participar da inauguração dos cursos da Escola Superior da Magistratura na cidade de Florença nesta terça-feira.
Para viajar, foi à estação ferroviária de Termini, em Roma, e subiu a bordo do “Frecciablanca”, o comboio com destino à capital toscana. Quando chegou à estação de Santa Maria Novella, da mesma forma que os habitantes e os milhares de turistas que visitam a cidade, subiu o metropolitano que ia até a comuna de Scandicci, cerca de 20 minutos do centro.
O percurso já estava todo previsto e o seu vagão foi esvaziado para a ocasião. Matarella viajou com o prefeito Dario Nardella, o representante do governo, Luigi Varatta, e toda a delegação.
Um passageiro que estava há vários minutos a esperando do transporte quis subir no veículo, mas foi informado que estava reservado por motivos de segurança.
Além de solução para evitar o trânsito e causar menos problemas aos cidadãos, passeio foi escolhido, segundo a imprensa italiana, para conscientizar as pessoas da necessidade de usar o transporte público e que, neste caso, usa apenas energia elétrica.