O Presidente interino do Brasil, Michel Temer, fez um aceno a todos os sectores da sociedade no seu primeiro pronunciamento no comando do país sul-americano, num discurso que tratou das reformas necessárias para tirar a economia da recessão e restabelecer a credibilidade e a confiança, ao mesmo tempo que garantiu a manutenção dos direitos e programas sociais.
Temer fez um apelo pela confiança à população, prometeu diálogo e reafirmou a necessidade de pacificação do país, dividido pelas disputas políticas. “O diálogo é o primeiro passo para enfrentarmos os desafios para avançar e garantir a retomada do crescimento”, disse nesta quinta-feira, após dar posse aos novos ministros.
Temer assumiu interinamente a Presidência devido ao afastamento de Dilma Rousseff do cargo por conta da instalação do processo de impeachment no Senado.
“Ninguém, absolutamente ninguém, individualmente tem a solução para as reformas que precisamos realizar, mas nós, governo, Parlamento e sociedade, juntos, vamos encontrá-las.” A primeira reforma a mencionar foi a do pacto federativo, dizendo que Estados e municípios precisam ganhar “autonomia verdadeira”.
Rebatendo críticas de Dilma de que um governo Temer visaria acabar com programas sociais, como Bolsa Família e Minha Casa Minha Vida, o Presidente interino garantiu que os mesmos serão preservados e terão sua gestão aprimorada. Foi além, dizendo que é preciso consolidar projectos sociais, lembrando que o Brasil ainda é um país pobre.
Temer disse que é preciso reconstruir fundamentos da economia e melhorar o ambiente para o sector privado. “Temos que incentivar de maneira significativa as parcerias público-privadas, na medida em que este instrumento poderá gerar empregos no país”, disse.
Lembrou que com a Olimpíada no Rio de Janeiro em Agosto o Brasil estará no centro do mundo, sendo uma oportunidade que não pode ser perdida. Perto do final, diante do clima festivo da cerimonia disse que o momento não era para celebração, mas para reflexão e afirmou o seu “absoluto respeito institucional” à presidente afastada, acrescentando que não discutiria as razões que levaram ao seu afastamento do cargo.
Temer disse não buscar unanimidade, “que é impossível”, mas o início de um diálogo de entendimento. “Temos pouco tempo, mas se nos esforçarmos, é o suficiente para fazer as reformas que o Brasil precisa.”