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Presidente em exercício do Brasil perde 3º ministro, por suspeita de corrupção, em cinco semanas

O Presidente em exercício do Brasil, Michel Temer, perdeu nesta quinta-feira o seu quinto ministro, por suspeita de corrupção, nas cinco semanas desde que assumiu o poder interinamente, devido ao afastamento de Dilma Rousseff pelo trâmite do processo de impeachment no Senado.

O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, pediu demissão um dia depois de ter sido citado na delação premiada de Sérgio Machado – que foi o director da empresa transportadora da Petrobras, a Transpetro, durante mais de uma década –, que diz ter intermediado o pagamento de 1,5 milhões de reais (cerca de 26 milhões de meticais no câmbio actual) a Henrique Alves oriundos de contratos celebrados entre a Transpetro e outras empresas de engenharia e construção.

O escândalo de corrupção da Petrobras consistiu no pagamento de milhões de reais a políticos, partidos e executivos da Petrobras através de contratos sobre-orçamentados.como tendo recebido 1,55 milhão de reais em recursos ilícitos.

Investigado pela Operação Lava-Jato, que expôs o escândalo de corrupção, Sérgio Machado fez um acordo de “delação premiada” com as autoridades para obter uma atenuação da sua pena em troca de informações relevantes.

No seu depoimento, Machado aponta 20 políticos de seis partidos que terão recebido pagamentos ilícitos de contratos da Transpetro com construtoras. O PMDB, partido do Presidente interino Michel Temer e de Henrique Alves, terá arrecadado um total de 100 milhões de reais (cerca de 1,7 biliões de meticais), segundo Machado, que diz que o pagamento era feito directamente ao beneficiário ou falsamente classificado de doação eleitoral.

Anteriormente, renunciaram os ministros de Planeamento, Romero Jucá, e Transparência, Fabiano Silveira, em ambos os casos por gravações feitas por Sérgio Machado, um dos envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato.

A queda de mais um ministro deixa o Governo interino de Michel Temer ainda mais fragilizado. Na quinta-feira de manhã, antes da demissão de Henrique Alves, Temer também procurou defender-se das alegações de Sérgio Machado de que pediu doações ilícitas em 2012 para a campanha de um candidato do seu partido à presidência da Câmara de São Paulo.

O Presidente interino convocou uma conferência de imprensa sem direito a perguntas dos jornalistas onde classificou as declarações de Machado como “mentirosas” e “criminosas”. Temer planeava fazer o seu primeiro discurso oficial ao país na televisão esta sexta-feira, no qual apresentaria um balanço do primeiro mês da sua gestão, mas, segundo a Folha de S. Paulo, desistiu da ideia com receio de provocar “panelaços”. Bater panelas à janela ou na varanda tornou-se um protesto político recorrente no Brasil no último ano, sempre que Dilma Rousseff fazia discursos televisivos ou nos tempos de antena do seu partido, o PT.

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