O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, previu o iminente fim do Parlamento de maioria opositora, enquanto decorre um conflito de poderes que vem adiando as soluções para a crise económica. “A Assembleia Nacional perdeu a validade política. É uma questão de tempo antes de ela desaparecer”, disse Maduro à imprensa.
O líder socialista de 53 anos não deu mais detalhes sobre o que poderia acontecer com a legislatura, embora no mês passado ele tenha ameaçado uma emenda constitucional para cortar o mandato de cinco anos na Assembleia.
Aproveitando-se da irritação pública com a confusão económica, a coligação opositora ganhou o controle do Parlamento nas eleições de Dezembro e está a pressionar por um referendo para tirar da Presidência o impopular sucessor do líder morto Hugo Chávez.
Contudo, autoridades do Partido Socialista, de situação, dizem que não há tempo para organizar um referendo neste ano, e a Comissão Eleitoral, que costuma favorecer o governo, posterga o processo por causa da papelada necessária.
Mais ainda, a Suprema Corte anulou a maioria das novas leis do Parlamento, levando a oposição a afirmar que Maduro havia se tornado um ditador apoiado por instituições fantoches.
“O que vai acontecer se eles bloquearem a rota democrática?”, indagou o líder opositor Henrique Capriles, defensor do referendo. “Nós não queremos uma explosão social na Venezuela nem uma solução militar.”
A oposição está a organizat protestos nacionais para quarta-feira. Na semana passada, passeatas se tornaram violentas, com soldados usando gás lacrimogéneo contra jovens que atiravam pedras, e Capriles foi atingido por gás de pimenta.
Protestos de rua e saques estão a tornar-se comuns no país, à medida que os venezuelanos ficam mais cansados e irritados com a falta de alimentos, cortes de água e luz e uma inflação que é a mais alta do mundo.