O Presidente guineense, Alpha Condé, ordenou, Domingo (23), a libertação de todas as pessoas detidas recentemente durante uma marcha autorizada da Aliança para a Democracia e Progresso (ADP) e do colectivo dos partidos para a finalização da transição, segundo um comunicado lido na RadioQ Televisão Guineense (RTG).
O Presidente Condé enviou, Sábado (22), o seu primeiro-ministro, Mohamed Said Fofana, à frente duma forte delegação ao domicílio de Cellou Dalein Diallo, líder da União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG, principal partido da oposição) para lhe apresentar as suas condolências na sequência do falecimento por bala dum militante do seu partido.
O líder da UFDG aceitou as condolências, todavia ele exortou o chefe do Estado a controlar os seus militantes, porque, frisou, 11 dos seus simpatizantes morreram desde a chegada, em 2010, de Condé ao poder.
Diversas pessoas filiadas nos dois blocos de partidos políticos acima referenciados foram capturadas Quinta-feira última, durante a marcha que partiu da grande comuna de Matoto, a cerca de 20 quilómetros do centro de Conakry, onde escaramuchas eclodiram entre manifestantes e simpatizantes da esfera presidencial no grande mercado de Madina, na comuna de Matam.
A Gendarmaria, encarregue de enquadrar a marcha, disse que organizadores da mesma não respeitaram o intinirário autorizado e que, por isso, estes deverão ser responsabilizados pelas desordens, nomeadamente veículos particulares apedrejados, lojas e outros artigos danificados. Ela indicou ter registado uma dezena de queixas depositadas contra fulano.
Os simpatizantes e militantes do movimento presidencial, que se instalaram no mercado de Madina, maioritariamente da etnia Malinkés, regressaram impetuosamente, Sexta-feira última, para atacar veículos e outros artigos dos seus vizinhos da etnia Peuls, do espaço comercial, e são predominantemente militantes da UFDGuiné de Cellou Dalein Diallo.
As forças da ordem intervieram em Madina onde várias pessoas, incluindo gendarmes, ficaram feridos, levando as populações a abandonarem o local em debandada. Consequentemente, o Presidente Condé dirigiu-se à nação, na noite da última Sexta-feira, apelando à calma e à serenidade, antes de dizer que “estes incidentes são orquestrados”.
Ele disse estar determinado a realizar as eleições legislativas que estão na base desta confusão e da discórdia entre o poder e alguns partidos da oposição, há vários meses porque tardam a realizar-se.