O Presidente da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe, Evaristo de Carvalho, renunciou ao cargo alegando “falta de tolerância e de diálogo sério e honesto” no Parlamento, soube-se de fonte oficial em São Tomé.
Evaristo Carvalho, em declarações à imprensa, refutou as denúncias do principal partido da oposição, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), sobre o seu envolvimento e as responsabilidades nos incidentes no Parlamento, Sexta-feira passada, quando os deputados da oposição e do partido no poder tiveram uma disputa violenta.
Depois da violência verbal e física entre deputados, segundo disse, “contrária às regras da ética e da sã convivência no relacionamento democrático”, Evaristo Carvalho alega que não goza de condições para continuar a presidir os destinos da Assembleia Nacional.
Evaristo Carvalho, que dirigiu a Assembleia Nacional nos últimos dois anos, afirmou que São Tomé e Príncipe “vive um dos momentos mais críticos da sua existência como estado independente e democrático”.
O Presidente demissionário da Assembleia Nacional considerou que há algum tempo “certos deputados adoptaram uma atitude de bloqueio ao funcionamento equilibrado”.
Sexta-feira passada, a discussão do orçamento da Assembleia Nacional para o ano de 2013 foi inconclusiva devido a uma disputa violenta entre deputados das bancadas parlamentares do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP, oposição) e da Acção Democrática Independente (ADI, no poder).
Depois da disputa entre os deputados, o Presidente da Assembleia Nacional, Evaristo Carvalho, suspendeu a sessão, alegando falta de condições para a continuidade dos trabalhos.
A polémica eclodiu depois de o secretário-geral do partido no poder, Levy Nazaré, ter usado da palavra e dirigido duras críticas aos promotores duma moção de censura contra o governo do primeiro-ministro Patrice Trovoada, por suposto “incumprimento das promessas eleitorais”.