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Presidente angolano descarta renúncia ao poder antes das próximas eleições

O presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder), José Eduardo dos Santos, descartou quinta-feira qualquer possibilidade de abdicar do seu mandato actual à frente dos destinos do país, antes das próximas eleições gerais agendadas para 2017.

Falando durante a abertura de uma sessão extraordinária do Comité Central do seu partido, Dos Santos afirmou que uma tal opção seria “insensata” nas circunstâncias actuais. “Em certos círculos restritos era quase dado adquirido que o Presidente da República não levaria o seu mandato até ao fim, mas é evidente que não é sensato encarar esta opção nas circunstâncias atuais”, clarificou.

Para preparar as próximas eleições presidenciais e legislativas, ele convidou, entretanto, os militantes do seu partido a iniciarem “reflexões profundas” sobre a selecção de um novo líder partidário e de um candidato a Presidente da República.

A este propósito, ele aconselhou os militantes do partido no poder em Angola a priorizar a escolha do candidato presidencial antes da selecção dos candidatos aos demais cargos de direção do MPLA, incluindo o de presidente do partido. “(…) deveremos estudar com muita seriedade como será construída a transição. Na minha opinião, é conveniente escolher o candidato a Presidente da República (…) antes da eleição do presidente do partido no VII Congresso Ordinário”, em 2016, afirmou.

Para Eduardo dos Santos, que é igualmente Presidente da República, o estudo das soluções a equacionar devem servir para “reafirmar o carácter democrático do nosso Partido e consolidar o regime democrático da República de Angola”. Considerou o MPLA como “o maior, o mais organizado, o mais capaz e o mais sólido dos partidos existentes em Angola” e que tem sabido “encarar e vencer todos os desafios”, devendo, por isso, apoiar o Estado “em todas as suas acções preventivas para preservar a paz, a estabilidade e a unidade nacional”.

“Não se deve permitir que o povo angolano seja submetido a mais uma situação dramática como a que viveu em 27 de Maio de 1977, por causa de um golpe de Estado.

“Quem quer alcançar o cargo de Presidente da República e formar governo que crie, se não tiver, o seu partido político nos termos da Constituição e da Lei, e se candidate às eleições”, advertiu, insistindo que “quem escolhe a via da força para tomar o poder ou usar para tal meios anti-constitucionais não é democrata. É tirano ou ditador”.

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