A Presidência sul-africana está envolvida numa nova polémica em redor da família Gupta, que tem laços estreitos com o Presidente Jacob Zuma e a sua família. A polémica nasceu depois de o Vice-Presidente, Cyril Ramaphosa, e vários ministros do Governo rumarem quarta-feira passada para uma visita oficial ao Japão a bordo dum avião pertencente à rica família indiana Gupta, que tem enormes negócios na África do Sul.
O Ministério da Defesa confirmou ter alugado o “Bombardier Aerospace” via um contrato estabelecido pelo Estado junto do fornecedor de serviço ExecuJet. O aparelho está registado junto da Westdawn Investments, cujo diretor é o filho de Zuma, Duduzane.
Em 2013, o Governo foi objecto de numerosas críticas depois de ter revelado que um avião fretado pela família Gupta e transportando 270 convidados dum casamento foi autorizado a aterrar na base de Waterkloff (Pretória) pertencente ao Exército, em violação da lei.
O partido da oposição Economic Freedom Fighters (Combatentes da Liberdade Económica) considerou quinta-feira que este último incidente demonstrava a arrogância do Governo. Para o porta-voz do partido, Lehlohonolo Mokoena, a família Zuma beneficia directamente das “relações de negócios” entre o Estado e os que financiam a “vida luxuosa” do Presidente e da sua família.
O partido da oposição oficial Democratic Alliance – Aliança Democrática (DA, na sigla em inglês) – anunciou, por seu turno, que vai aproveitar o Parlamento para saber quanto este voo custou aos contribuintes. “Já que os Gupta estão novamente implicados num caso relativo à base de Waterkloof, é preciso uma resposta completa e urgente às questões que o envolvem para transparência”, escreve a DA num comunicado.