A greve na mina de platina de Marikana, a noroeste de Joanesburgo, na África do Sul, não dá sinais de terminar, e conversações com representantes sindicais e da empresa que explora o local, a Lonmin, com o patrocínio do Governo e moderação da Igreja, falharam. Entretanto Julius Malema apelou a uma greve geral esta quarta-feira. Vias de acesso às minas começaram a ser bloqueadas.
“Agora é a vossa vez”, disse Malema, o jovem líder populista que, depois de expulso da liderança da juventude do Congresso Nacional Africano (ANC), tem visto na crise aberta com a greve na mina e na morte de 34 grevistas pela polícia uma oportunidade para mostrar a sua oposição ao mainstream do ANC e ao presidente, Jacob Zuma.
Uma comissão de inquérito está a investigar as mortes, mas o facto de só se esperarem resultados em Janeiro – depois das eleições para a liderança do ANC, em Dezembro – e de dezenas de mineiros detidos no dia do tiroteio terem ainda chegado a ser acusados pelo homicídio dos colegas às mãos da polícia deixou muitos indignados no país.
Muitos desses indignados pertencem às classes trabalhadores que são historicamente a base de apoio do ANC.
“Tem de haver uma greve nacional”, apelou Malema. “Já chega. Esperámos muito. É altura de beneficiarmos desse ouro.” Malema disse que esta greve nacional devia ser feita em cinco dias em casa mês.
O nosso correspondente na RSA reporta que no principio da noite desta Terça-feira várias vias de acesso as minas em Rustenberg começaram a ser bloqueadas pelos mineiros grevistas, que se preparam a greve.