Os preços mundiais de alimentos subiram, em Fevereiro, na comparação com o Janeiro, liderados pelos ganhos nos cereais, óleos vegetais e açúcar, mostrou, esta Quinta-feira, o índice da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), aumentando a pressão inflacionária.
O índice, que mede mensalmente as mudanças de preços duma cesta de alimentos, incluindo cereais, oleaginosas, carne, lacticínios e açúcar, ficou em média em 215,3 pontos em Fevereiro, subida em relação ao índice revisado de 212,8 pontos em Janeiro.
A FAO também informou que prevê uma queda de 1,4 por cento na produção mundial de trigo, este ano, em relação à cifra recorde do ano passado, para 690 milhões de toneladas em 2012.
Segundo o economista da FAO, Abdolreza Abbassian, o aumento dos preços nos dois primeiros meses de 2012 deve ser amenizado, já que a nova cifra está em andamento e os valores provavelmente não deverão voltar aos níveis recordes vistos nesta mesma época em 2011.
“Não acho que os eventos dos últimos dois meses serão sustentados nos próximos meses, embora sempre haja um risco”, Abbassian disse à Reuters.
“As indicações iniciais sugerem que não devemos nos preocupar muito sobre o retorno a este nível de preço que tivemos nesta época, ano passado. Estamos longe disso”, disse, acrescentando que “a perspectiva é, talvez, de algum abrandamento dos preços.”
Maior cifra de cereais
A agência com sede em Roma também elevou a sua estimativa para a produção global de cereais em 2011/12 a 2,344 bilhões de toneladas, ante a projecção anterior de 2,327 bilhões de toneladas.
A estimativa das quantidades globais de cereais no final das campanhas de 2012 foi elevada para 518 milhões de toneladas, contra 516 milhões de toneladas anteriormente.
“Assumindo bom clima e, se as projecções de safras concretizarem-se, caminharemos mais ou menos para uma situação na qual podemos considerar que o balanço da oferta e demanda por diferentes cereais será muito mais confortável em 2012/13”, disse Abbassian.