Recuando da decisão anunciada esta semana os Transportes Públicos de Maputo (TPM) decidiram manter a actual tarifa em vigor nos seus autocarros na cidade e província de Maputo.
Segundo o jornal Notícias, a decisão de manter as actuais tarifas foi anunciada na tarde desta quinta-feira, em Maputo, depois de uma visita efectuada à empresa por uma delegação do Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), chefiada pela respectiva Vice-Ministra, Manuela Rebelo. A delegação percorreu a companhia para se inteirar das razões que levaram os TPM a anunciar àquela intenção, numa altura em que a empresa acaba de receber autocarros movidos a gás, justamente para reduzir os custos operacionais.
Falando momentos depois da visita, Luís Chaúque, do gabinete jurídico do MTC, disse que a intenção dos TPM não vai avançar, porque o Governo não recebeu nenhuma proposta sobre a alteração da tarifa e que o ministério já estava a trabalhar para reduzir os custos operacionais daquela empresa com a importação de autocarros a gás, alguns dos quais já a circularem na capital. Acrescentou que a entrada em funcionamento destas viaturas vai reduzir os custos operacionais, por um lado, porque o gás é 50 porcento mais barato em relação aos demais combustíveis e, por outro, por terem sido acautelados os outros aspectos relacionados com a manutenção, desde a importação de peças e formação de técnicos para a assistência. Ademais, segundo Chaúque, a nova tarifa, que deveria entrar vigor nos próximos dias, não tinha sido comunicada a qualquer outra instituição governamental.
Segundo o jornal Notícias, este posicionamento contraria a informação inicial dos TPM que garantia que a sua intenção era do conhecimento do MTC. “A nível do Governo e do MTC não recebemos nenhuma informação, estudo ou alguma proposta sobre o aumento de tarifas dos TPM e, neste momento, estamos a trabalhar para reduzir os custos operacionais da empresa”, sublinhou Chaúque. Acrescentou que a introdução de autocarros a gás foi uma aposta contra os custos elevados, daí que seria uma contradição trabalhar-se na redução dos custos das operações e, ao mesmo tempo, aumentar as tarifas.
Esta manutenção da tarifa de cinco meticais foi igualmente confirmada pelo Director de Tráfego dos TPM, Paulino Manhique, ao dizer que a pretensão tinha sido ditada por estudos que apontam para a necessidade de se alterar a tarifa para adequá-la às demais despesas da empresa. Manhique reconheceu, na ocasião, que nenhum desses estudos ou proposta de alteração de tarifas tinha sido comunicado ao Ministério dos Transportes e Comunicações.