Em partida da 11ª jornada da Poule Sul de apuramento ao Moçambola-2014, o Desportivo e o Estrela Vermelha de Maputo empataram sem abertura de contagem. Este resultado adiou o regresso da turma alvinegra ao escalão principal do futebol moçambicano depois de uma época inteira a militar na segunda divisão.
“Não foi desta mas, pode ser da próxima vez”. Foi este o discurso dominante nas “hostes” dos adeptos do Desportivo de Maputo depois do empate diante do Estrela Vermelha no confronto que podia marcar o fim do calvário dos alvinegros. Nesta partida, os dois conjuntos entraram bastante nervosos. O Desportivo esteve irreconhecível nos primeiros minutos se calhar porque achava que fosse o jogo do “regresso”.
Aliás, antes do arranque do mesmo os seus adeptos exibiram cartazes que afirmavam categoricamente que aquela tarde seria da ascensão daquela colectividade ao Moçambola. Debalde. Apesar de não mudar nada nas suas aspirações, os jogadores do Estrela voltaram à casa felizes porque conseguiram, para todos efeitos, adiar a explosão das garrafas de champanhe que “inundaram” o campo do Costa do Sol no último sábado (02).
Na primeira parte, a turma alaranjada limitou-se a jogar no contra-ataque e a tirar proveito do vento que soprava a seu favor, no sentido Este-Oeste. O Desportivo, dono das iniciativas de jogo, lançou-se abertamente no ataque e a circular o esférico de pé para pé rente sobre relva, uma forma muito lúcida de contornar o ventosidade que não ajudava na construção da sua acção ofensiva.
O primeiro lance digno de realce deu-se no minuto 36 quando Jojó, só com o guarda-redes na frente, preferiu fazer o mais difícil naquela posição que foi rematar fraquinho como se estivesse a atrasar o esférico para o seu colega de equipa. Porque quem não marca arrisca a sofrer, Artur Semedo teve de levar as mãos para a nuca quando Valgy, depois de um cruzamento com peso e medida de Genito, viu a barra transversal a devolver o seu remate.
Com o nulo a prevalecer, apesar do domínio claro do Desportivo de Maputo diante de uma equipa violenta, diga-se de passagem, as duas equipas foram ao intervalo. Na etapa complementar a inteligência tinha de acompanhar o Estrela: jogar contra o vento. E foi o que aconteceu. Todavia, estranhamente, o Desportivo não evidenciou o seu futebol apesar das facilidades que a “natureza” ofereceu.
A turma das “forças de defesa e segurança”, que continuou a privilegiar o contacto físico que deslizava para o jogo perigoso, soube impor o respeito ao Desportivo sobretudo no minuto 73 quando Balack, isolado por Genito, teve um golo nos pés, acabando por se embrulhar de tanto ensaiar o remate.
A resposta alvinegra surgiu seis minutos mais tarde e culminou com um forte remate para uma defesa segura de Leonel. Sem mais incidências, os adeptos do Desportivo viram-se obrigados a guardar as garrafas e os cartazes de celebração do regresso à nata do futebol moçambicano. Na zona Centro do país, o Ferroviário de Quelimane derrotou o Palmeiras também de Quelimane por 4 a 1 e manteve a liderança da Poule Centro com 24 pontos, a três do segundo classificado, o Textáfrica de Chimoio que também goleou a formação da Águias de Angónia por 4 a 0.

