Portugal espera aumentar a sua linha de crédito de 400 milhões de euros para investimento em Moçambique em mais 300 milhões de euros, segundo o secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, que se encontra em Maputo em visita de trabalho.
No âmbito da linha de crédito concessional foram aprovados, até agora, financiamentos de projectos envolvendo equipamentos de transporte, relativos à rede eléctrica e viária, com um nível de execução de 60%, rondando os projectos autorizados em 95%, de acordo igualmente com aquele governante luso que falava durante um encontro com empresários para apresentação de um novo mecanismo de apoio ao investimento em Moçambique, denominado InvestimoZ, de 94 milhões de euros.
Este novo mecanismo foi anunciado em Março de 2010 durante a visita do Primeiro-Ministro de Portugal, José Sócrates, a Moçambique. “Moçambique é o primeiro país relativamente ao qual avançámos com a criação de um fundo de investimento com as características do que hoje é aqui apresentado e cujo capital vê autorizada a realização da sua primeira tranche de 10%”, disse Costa Pina.
O secretário de Estado garantiu que o retorno do fundo será para reinvestir em Moçambique e não para transferir para Portugal, pelo que deve ser usado em projectos económica e financeiramente sólidos, acentuando logo a seguir que “venham agora os projectos”.
O Investimoz vai ser gerido pela SOFID (Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento), cujo presidente, Diogo Gomes de Araújo, disse que há já várias intenções, mas que “projectos concretos ainda não há”.
O InvestimoZ é financiado, na totalidade, pela Direcção Geral do Tesouro e das Finanças, sendo que este ano já estarão disponíveis 10% do valor anunciado, decorrendo compromissos assumidos aquando da reversão da barragem de Cahora Bassa para o Estado moçambicano.
“Sei que tem havido manifestações de interesse relativamente a projectos importantes na área da energia, na área das infraestruturas e algumas manifestações de interesse na área da indústria e agroindústria. Agora há que os preparar, delimitar em concreto, analisar a sua viabilidade económico-financeira, e em função disso decidir, é isso que se pretende”, disse Carlos Costa Pina.
Portugal criou com Moçambique um Banco de Desenvolvimento com uma linha de crédito de 400 milhões de euros e outra adicional de 300 milhões, para financiar mais de 800 quilómetros de estradas, e criou o fundo de investimento de 94 milhões de euros, totalizando cerca de 800 milhões de euros que Portugal disponibiliza para Moçambique.