Os portos moçambicanos possuem “algumas vantagens” em termos de custos em relação aos portos sul-africanos que são os principais concorrentes dos de Moçambique, segundo conclui um estudo do Banco Mundial que acaba de anunciar os resultados da pesquisa sobre Doing Business 2014.
A conclusão fundamenta-se no facto dos custos de exportação e importação por cada contentor serem menores em Moçambique, relativamente ao seu tradicional concorrente que é a África do Sul e ainda pelo facto de o grande desafio para comércio externo não ser a redução dos custos, mas sim a simplificação dos procedimentos caracterizados pela exigência de muitos documentos e gasto de muitos dias para fazer uma operação.
Refira-se, entretanto, que os resultados da pesquisa do Banco Mundial colocam Moçambique a subir sete lugares no Doing Business 2014, num grupo de 189 países abrangidos pelo trabalho sobre o ambiente de negócios. O feito resulta das reformas realizadas na redução de dias para a atribuição do alvará para construir e na criação de facilidades para a realização do comércio transfronteiriço.
De referir que Moçambique podia ter subido mais posições se tivesse logrado melhorar nas componentes para iniciar negócios, obtenção de con- tratos de electricidade, registo de propriedade, acesso ao crédito, protecção de investidores, pagamento de impos- tos, execução de contratos e resolução de insolvências.
CTA contesta Doing Business
Entretanto, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) considera a pesquisa Doing Business do Banco Mundial de ter limitações, dentre as quais se salientaofactodenãocaptar todas as reformas que são feitas num país submetido ao estudo que contribuam no florescimento e desenvolvimento de negócios.
De acordo com o economista da CTA Eduardo Sengo, a pesquisa não tem olhado para as reformas implementadas por cada país por as considerar que são reformas internas feitas tendo em conta a sua própria agenda e especificidades.
Vai mais longe o economista moçambicano dizendo que o Doing Business não tem produzido um impacto real no florescimento e desenvolvimento de negócios locais e que apenas se limita “a melhorar a imagem do país, externamente”.
Sublinha, a terminar, que a melhoria no ranking não significa, necessariamente, melhoria do ambiente de negócios interno por não ter uma implicação real e imediata, tanto quanto tem uma reforma implementada.
Correio da Manhã