Um jovem de 30 anos de idade morreu nas mãos da população, na segunda-feira (12), no distrito do Limpopo, na província de Gaza, acusado de pertencer a um suposto grupo de traficantes de órgãos humanos. A fúria daquela gente, que indicia a Polícia de inoperância, ante o domínio de alegados bandidos, parece estar longe de acabar.
Dados colhidos pelo @Verdade junto da Polícia da República de Moçambique (PRM), naquele ponto do país, dão conta de que tudo começou quando o malogrado, recém-regressado da África do Sul, foi encontrado na companhia de uma criança na madrugada daquele dia.
A população, que desde a Janeiro passado iniciou uma campanha desenfreada de caça a presumíveis bandidos, concluiu que o finado tivera raptado o miúdo para extracção de vários órgãos.
Porém, uma fonte do @Verdade no Limpopo, a qual relatou várias detenções de prováveis mentores dos tumultos que agitam aquele distrito, disse que, afinal, o miúdo não tinha sido sequestrado.
Tratava-se do sobrinho do malogrado. Este “foi perseguido e morto pela multidão” em consequência de se ter colocado em fuga sem explicar “por que razão estava a passear com uma criança naquela hora. Não disse de onde vinha e para onde ia”.
Segundo a Polícia, o cidadão perdeu a vida no Hospital Rural de Chicumbane, para onde foi socorrido. Mesmo após a morte, um grupo de populares dirigiu-se àquela unidade sanitária para ver “in loco” que a vítima já não pertencia mais ao mundo dos vivos.
Os revoltosos não só agrediram brutalmente o jovem, como também queimou a sua viatura em plena vida.
Refira-se que, a 19 de Janeiro deste ano, outras duas pessoas morreram nas mãos de populares enfurecidos, algumas infra-estruturas e viaturas foram incendiadas, vários bens foram destruídos e outros pilhados no posto administrativo de Zongoene.
O tumulto começou por volta das 22h00 da passada sexta-feira (19), quando dezenas de residentes daquele ponto do país se mobilizaram e correram atrás de 12 indivíduos a quem acusavam de semear terror, há algum tempo.
Na circunstância, três cidadãos caíram nas mãos de populares e estes descarregaram a sua fúria sobre os mesmos, uma acção justificada com a alegada inoperância da Polícia da República de Moçambique (PRM) em relação aos desmandos cometidos por presumíveis grupos de criminosos.
A 04 de Fevereiro em curso, seis pessoas de igual número de famílias, acusadas de tráfico de órgãos humanos, escaparam de linchamento, no posto administrativo de Chicumbane, quando populares enfurecidos invadiram as suas residências e promoveram caos.
Os actos começaram por volta das 19h00 e prologaram-se pela noite adentro, nos bairros três e seis, onde algumas casas e meios circulantes pertencentes a supostos traficantes de órgãos humanos foram destruídos.
