Pelo menos quatro pontas de marfim que estavam conservadas nos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia (SPFFB), na província de Inhambane, desapareceram em circunstâncias não esclarecidas.
O produto estava guardado naquelas instalações do Estado há tempo e a forma como o roubo aconteceu levanta fortes suspeitas de envolvimentos de alguns funcionários dos SPFFB, uma vez que não houve nenhum arrombamento, segundo disse ao @Verdade uma fonte da Polícia da República de Moçambique (PRM), naquele ponto do país.
“Se realmente houve roubo, alguém na posse das chaves do local usou-as para abrir e se apoderar das pontas de marfim. Elas não podem sumir misteriosamente (…) sem haver arrombamento”.
Ninguém sabe explicar o que se passou. Porém, os Serviços Nacionais de Investigação Criminal (SERNIC) já estão a investigar alguns trabalhadores dos SPFFB no sentido de esclarecer o caso, de acordo com a nossa fonte. Não é a primeira vez que pontas de marfim arrecadadas num local aparentemente seguro, nas instalações do Estado, desaparecem em circunstâncias não claras.
Na madrugada de 22 de Maio de 2015, um total de 65 cornos de rinoceronte, com peso estimado em 124 quilogramas, apreendidos num dos condomínios luxuoso em Tchumene, no município da Matola, a 12 do mesmo mês, foram roubados nas instalações do Comando Provincial da PRM.
O sítio estava trancado com três cadeados, cujas chaves estavam confiadas a igual número de pessoas. O produto tinha sido apreendido na residência de um cidadão chinês e fazia parte de um lote que incluía 340 pontas de marfim, equivalentes a 1.160 quilogramas.
Após frustrada a tentativa de abafar o caso, a Polícia assumiu, publicamente, que os cornos foram, efectivamente, roubados. Contudo, o crime, que deixou as fragilidades da PRM a descoberto, ainda não foi esclarecido.
