Grandes quantidades de polvo moçambicano podem estar a ser exportadas ilegalmente para Europa, a partir do distrito setentrional de Palma, em Cabo Delgado, através da Tanzânia.
O director provincial das Pescas, Carvalho Mussa, confirmou a informação ao jornal Notícias e diz que o executivo de que faz parte está preocupado com o fenómeno, razão porque uma missão composta por técnicos da administração pesqueira foi enviada àquele distrito fronteiriço, para trabalhar com as Alfândegas locais, com vista a controlar a situação.
A alegada exportação ilegal daquele produto pesqueiro, de acordo com Mussa, está acontecer de forma clandestina sem o conhecimento das autoridades provinciais, uma acção que se crê seja protagonizada por armadores tanzanianos que entram nas águas territoriais moçambicanas, que contam com uma pretensa conivência de nacionais.
Segundo o jornal Notícias, não obstante as autoridades saberem da existência de tais indícios que configuram como uma ilegalidade e lesam o Estado moçambicano, ainda não há quem tenha ou esteja a responder por tais actos.
Mussa afirmou que sabe da crise de polvo na Europa nos últimos dias, o que pode estar por detrás da sua captura desenfreada. Acrescentou que tem informações de que depois de capturado ilegalmente nas águas moçambicanas o produto é contrabandeado para a vizinha Tanzânia, onde supostamente recebe o rótulo daquele país vizinho com o qual é identificado no “velho” continente, contra as normas que regulam o comércio internacional.
“Porque em condições normais para a exportação seria necessária uma certificação sanitária do país de origem (neste caso Moçambique) do produto, mas não é o que está acontecer, pelo contrário os ilegais falsificam a proveniência da mercadoria”, disse.
Carvalho Mussa falou duma fraca fiscalização naquela zona fronteiriça, o que dá campo aos ilegais que pilham os recursos pesqueiros nacionais, alegadamente devido à falta de recursos materiais e humanos para a manutenção duma rotineira e permanente controlo da fronteira marítima.
As águas oceânicas de Palma, ainda de acordo com aquele responsável, são reconhecidamente ricas em abundância daquele tipo de marisco, cuja qualidade pode estar a atrair os pescadores ilegais, desta feita em moldes comercialmente competitivos.
