Os iranianos votavam, esta Sexta-feira, nas eleições parlamentares que devem reforçar o poder dos clérigos encabeçados pelo líder supremo, o aiatolá Ali Khamenei, frente aos seus rivais políticos ultra-conservadores liderados pelo presidente do país, Mahmoud Ahmadinejad.
É pouco provável que o pleito tenha muito impacto na política exterior do Irão, já que o seu controverso programa nuclear e as relações internacionais já são estritamente controlados por Khamenei.
Mas poderia permitir aos clérigos reforçar o seu poder na hora de definir o cenário político antes das eleições presidenciais previstas para 2013.
Num momento em que o Irão enfrenta um crescente isolamento internacional, as sanções ocidentais por seu programa nuclear e a ameaça de ataque por parte de Israel, os líderes iranianos têm pedido uma alta participação dos eleitores para aumentar a sua legitimidade.
“Há muita propaganda negativa contra a nossa nação… as potências arrogantes estão a insultar-nos para manterem o seu prestígio. Uma alta participação será melhor para nossa nação…e para manter a segurança”, disse Khamenei depois de votar.
“Quanto maior é a inimizade para com o Irão, maior é a importância das eleições”, acrescentou. As eleições desta Sexta-feira são as primeiras desde as disputadas eleições presidenciais de 2009, quando os manifestantes opositores e pró-democracia foram confrontados pelas forças de segurança.
Neste pleito, os grupos reformistas de destaque indicaram que ficarão distantes da votação, preparando o terreno para uma competição directa entre os seguidores de Khamenei e os de Ahmadinejad.
No entanto, uma baixa participação poderia destacar até que ponto existe decepção entre os eleitores iranianos pelo resultado das eleições presidenciais de 2009.
A rádio estatal informou que as sessões eleitorais abriram às 1h30 e devem fechar às 11h30, embora, noutras ocasiões, o prazo para votação tenha sido prolongado.