Uma policia afegã matou um membro das forças de segurança dos Estados Unidos na sede da polícia de Cabul, esta Segunda-feira (24), afirmaram as autoridades e a NATO, em mais um ataque no meio do aumento dos questionamentos sobre a direcção da guerra.
O incidente pode ter marcado a primeira vez em que uma policial feminina do Afeganistão matou um membro da força de coligação do Ocidente que apoia e treina militares e policiais afegãos.
“Um conselheiro policial norte-americano foi morto num ataque cometido por uma policial afegã”, disse um porta-voz da Força Internacional de Assistência em Segurança (ISAF) liderada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
Mohammad Zahir, chefe do departamento de investigação criminal da polícia, descreveu o incidente como um “ataque de dentro”, no qual as forças afegãs viram as suas armas contra tropas do Ocidente que trabalham juntas com elas.
Depois de mais de 10 anos de conflito, os militantes continuam a ter capacidade de desferir ataques contra alvos do Ocidente em Cabul e as forças internacionais preocupam-se com membros da polícia e do Exército do Afeganistão, que deveriam estar a trabalhar com elas.
A policial aproximou-se do conselheiro norte-americano quando ele estava a caminhar pelo altamente guardado complexo policial de Cabul. Ela então tirou a sua arma e disparou contra ele uma vez, afirmou um alto oficial à Reuters.
O complexo fica próximo do Ministério do Interior, onde em Fevereiro dois oficiais norte-americanos foram mortos a tiros em ataques a curta distância.
O ataque ocorreu depois que o ódio no país foi incitado pela queima de cópias do livro sagrado dos muçulmanos numa base da NATO.
“Ela está a ser interrogada. Ela está a chorar e a perguntar-se ‘o que fiz'”, disse o oficial. Pelo menos 52 membros da ISAF foram mortos este ano por afegãos que usavam uniformes da polícia e do exército.