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Polícia Judiciária descobre rede de corrupção na Guiné-Bissau

Inspectores da Polícia Judiciária da Guiné-Bissau teriam descoberto uma rede de corrupção através de falsificação de folhas de pagamento dos salários dos funcionários do Estado, soube a PANA de fonte policial em Bissau.

Os indícios da rede de corrupção entre os Ministérios das Finanças e o dos Combatentes da Liberdade da Pátria foram averiguados pelos inspectores da investigação criminal na sequência de um largo interrogatório a 21 funcionários do Departamento dos Antigos Combatentes.

“Os depoimentos de 21 funcionários afetos ao Ministério dos Combatentes da Liberdade de Pátria deixam transparecer uma rede de corrupção através de falsificação de folhas de pagamento perpetrado por eles em conivência com os seus colegas do Ministério das Finanças”, afirma a fonte da Polícia Judiciária.

Segundo a mesma fonte, este de tipo de fraude é uma velha prática que consiste em integrar nas folhas de pagamento nomes de pessoas falecidas, de órfãos ou de viúvas “que nem sequer recebem um franco deste salário fraudulento”.

O sistema de fraude, acrescenta a fonte, obriga o Estado a disponibilizar mensalmente cerca de 153 milhões de francos CFA (um dólar americano equivale a cerca de 505 francos CFA) ao Ministério dos Combatentes da Liberdade de Pátria quando na realidade devia ser pouco menos da metade.

A fonte adianta ainda que o novo sistema de pagamento presencial instituído pelo Ministério da Função Pública permitiu à Comissão de Controlo recuperar, em Maio último, 14 milhões de francos CFA “só da folha de remuneração dos oficiais superiores, sem contar as outras listas”.

“Este sistema de fraude tornou-se numa tradição porque qualquer pessoa pode, de um dia para outro, tornar-se antigo combatente na medida em que funcionários aconselham os seus familiares e amigos a procurarem ilegalmente junto do Estado- Maior General das Forças Armadas o cartão que os permitam adquirir o estatuto de antigo combatente”, denunciou a fonte da PJ.

Enquanto prosseguem os interrogatórios, cujos resultados serão transmitidos ao Ministério Público, a fonte disse acreditar que “os autores dessas fraudes serão brevemente levados à justiça e punidos”, salientando que o mesmo tipo de inquérito alastrar-se-á aos Ministérios de Educação Nacional e da Saúde, igualmente afetados por esta prática corruptiva.

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