Pelo menos cinco residentes da vila sede do distrito de Mecuburi, na província de Nampula, Norte de Moçambique, foram intimados a apresentarem-se no comando local da policia para “prestarem declarações” em virtude de denúncias feitas num comício popular.
No comício orientado pelo Governador provincial, Filismino Tocoli, os aludidos cidadãos apontaram “o dedo acusador” contra os governantes locais, alegando nepotismo, abuso do poder, falta de diálogo, entre outras situações que supostamente estariam a inibir a participação popular na governação participativa.
Trata-se de Albisto João, Mirage Almeida, Almirante António, Arcanjo Vasseque e Felisberto Ernesto, que, neste momento, dizem temer pelas respectivas liberdades individuais.
Apesar das promessas do governador Filismino Tocoli de que ninguém seria perseguido por ter expressado a sua opinião, paradoxalmente as pessoas viriam a ser intimadas para prestar declarações a polícia.
A reportagem do jornal “Noticias” deslocou-se ao comando da polícia daquele distrito para apurar mais informações à volta do assunto, tendo sido informada que a comandante provincial, Arsénia Massingue, teria dado ordens para que ninguém falasse à imprensa.
Todavia, Nerina Buston, administradora do distrito de Mecuburi, assegurou que não deu orientações a nenhuma instituição para intimar os intervenientes no comício popular orientado pelo Governador.
O clima que se vive na sede do distrito, principalmente no seio dos visados e seus familiares, é de medo, uma vez que as pessoas receiam que, a qualquer momento, possam ser recolhidas à cadeia, depois que prestarem declarações.
