As autoridades de Hong Kong prenderam vários activistas pró-democracia, esta segunda-feira (15), ao removerem o último dos três locais de protesto, marcando o fim dos acampamentos de manifestação que bloquearam vias da cidade por mais de dois meses.
Cerca de 100 policiais entraram no Causeway Bay, um bairro de lojas popular entre os turistas da China continental, para removerem as barricadas, enquanto os manifestantes tentavam empacotar os seus pertences no menor dos três principais acampamentos de protesto. Um manifestante tocava tambores perto de um cartaz rasgado do presidente chinês, Xi Jinping, diante de vários espectadores.
A polícia prendeu mais de uma dúzia de manifestantes, incluindo alguns idosos, que sentaram no chão e recusaram-se a partir. As autoridades arrancaram barracas e outros pertences e os colocaram em caminhões enquanto limpavam o local e liberavam as ruas.
A polícia havia anunciado no fim de semana que iria tomar medidas para limpar a área. Os protestos principalmente pacíficos representaram um dos mais sérios desafios à autoridade da China desde as manifestações pró-democracia e a consequente repressão violenta dentro e ao redor da Praça da Paz Celestial, em Pequim, em 1989.
Na quinta-feira, a polícia acabou com a maior parte do principal local de protestos, próximo à sede do governo, prendendo dezenas de activistas numa operação em grande parte pacífica.
No final de Novembro, as autoridades já tinham acabado com um acampamento em frente ao porto da principal área de negócios, depois de várias noites de confrontos entre os manifestantes e a polícia.
Hong Kong, um ex-território britânico, retornou ao domínio chinês em 1997, sob a fórmula “um país, dois sistemas”, que lhe concede mais autonomia e liberdade do que na China continental e tem o sufrágio universal como objectivo.
Os manifestantes exigem nomeações abertas para a próxima eleição do executivo da cidade, em 2017. Pequim determinou que os eleitores só poderão votar entre candidatos pré-seleccionados.