A polícia da Tunísia disparou para o alto e disparou gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes que protestavam contra o governo liderado por islâmicos, esta Segunda-feira (5), na cidade de Sidi Bouzid, no sul, berço da revolução de 2011 no país.
Testemunhas disseram à Reuters que a polícia abriu fogo depois de os manifestantes terem tentado impedir o prefeito de entrar na prefeitura. A oposição secular, que está a tentar derrubar o governo, pede a desobediência civil e a ocupação de escritórios do governo.
A Tunísia está às voltas com grandes protestos a favor e contra o governo, bem como uma ameaça cada vez maior à segurança. Militantes islâmicos têm intensificado os ataques nas últimas duas semanas e as forças da Tunísia lançaram pesados ataques aéreos e de artilharia sobre esconderijos de militantes perto da fronteira argelina.
O assassinato do líder de esquerda Mohamed Brahmi a 25 de Julho, a segunda morte de uma figura da oposição em seis meses, provocou a pior crise política na Tunísia desde que os protestos nas ruas derrubaram o líder autocrático Zine El Abidine Ben Ali, em 2011.
A oposição exige a dissolução do governo e da Assembleia Constituinte, que está a poucas semanas de terminar um projecto de Constituição e uma nova lei eleitoral.
O Ennahda, partido islâmico que governa em coligação com outras forças, diz que aceita negociar sobre a mudança do governo, mas recusou-se a remover o primeiro-ministro ou dissolver a Assembleia.