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Polícia confirma baleamento de cinco pessoas

A Polícia da República de Moçambique (PRM) confirma ter alvejado com alguma gravidade cinco indivíduos quando, supostamente, tentavam assaltar uma mercearia na cidade da Ilha de Moçambique, pertencente a um cidadão nacional. Trata-se de Nico Pilale Sorte, Zacarias Ali, Momade Ali, Issufo Tavares e Momade Chale condenados com penas maiores que variam entre sete a treze anos e que se evadiram das celas da Penitenciária Industrial de Nampula em 2007, tendo-se refugiado, depois, naquela cidade insular.

Contactados pela nossa reportagem via telemóvel a partir da cela 4 do Comando Provincial da PRM, onde se encontram encarcerados desde o passado dia 13 de Junho, os detidos referiram que se encontram em estado crítico de saúde, devido aos graves ferimentos originados pela “chuva” de balas de que foram alvos por parte da polícia da Ilha de Moçambique.

Os arguidos negam, no entanto, que se tenham envolvido em alguma escaramuça, conquanto confirmam a fuga da Pinitenciária Industrial de Nampula, cuja acção referem ter sido possível “graças a Deus”, que lhes permitiu livrarem-se das constantes torturas de que, alegadamente, eram objecto dentro e fora das celas.

Para além de se encontrarem enclausurados num compartimento relativamente pequeno e sem direito a banhos de sol, os indiciados disseram que não têm qualquer assistência médica e medicamentosa, facto que lhes leva a afirmar que “estamos a morrer lentamente”.

Aliás, em carta datada de 27 de Agosto último a que tivemos acesso, os referidos detidos pedem à Liga Moçambicana dos Direitos Humanos no sentido de intervir nesta situação que os próprios intitulam de extrema gravidade.

Estamos a passar muito mal nas celas. Não temos direito ao banho de sol, apesar de estarmos a cumprir penas maiores. A própria comida é-nos entregue por uma pequena janela.

Inácio João Dina, porta-voz da PRM, afirmou que o tiroteio aconteceu quando os indivíduos tentavam escapulir-se dos agentes da lei e ordem. E explicou que eles se encontram, neste momento, em celas provisórias, aguardando pela instrução dos seus processo-crimes para novos julgamentos. E só depois disso é que serão transferidos para celas do Ministério da Justiça

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