A polícia no leste da China entrou em confronto com manifestantes cristãos que se reuniram ao redor da sua igreja nesta segunda-feira, mas não conseguiu executar uma ordem do governo para remover uma cruz do prédio, de acordo com testemunhas e relatos na Internet. Diversas pessoas ficaram feridas no confronto, que durou duas horas.
Dezenas de igrejas na rica província de Zhejiang receberam notificações do governo nas últimas semanas exigindo a demolição de suas edificações ou a remoção de cruzes, numa ação que, segundo o governo, consiste no combate a estruturas ilegais, informou o grupo cristão ChinaAid, que tem base nos Estados Unidos.
Grupos de defesa de direitos e cristãos dizem que as medidas do governo são perseguição religiosa e ignoram a liberdade de religião garantida na Constituição da China.
Na mais recente ação, a polícia tentou remover uma cruz da igreja do condado de Pingyang, perto da cidade de Wenzhou. Mas a congregação cercou a igreja e evitou que a polícia chegasse perto, de acordo com duas testemunhas.
A agência Reuters não conseguiu contatar a polícia de Pingyang.
Zhejiang fica na costa ao sul de Xangai e há anos é conhecida como um centro da iniciativa privada.
A China tem cerca de 65 milhões de cristãos, divididos entre os que frequentam igrejas sancionadas pelo Estado e aqueles que rezam em igrejas irregulares. Grupos de direitos frequentemente acusam a China de não respeitar a liberdade de religião, alegação que Pequim nega.