A Polícia da República de Moçambique (PRM) reconhece que o cerco e a invasão da residência do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, com vista a recolher as armas de fogo que estavam em poder dos seguranças deste, foi uma operação sem mandado judicial para o efeito, e uma acção que visava evitar que os instrumentos bélicos, que devem ser detidas exclusivamente pelas Forças de Defesa e Segurança, estivessem nas mãos de indivíduos sem licença para tal.
“Nós respeitamos os termos legais, mas neste caso foi uma acção para recolha de armas que estavam ilegalmente em mãos alheias e a criar situações de insegurança”, disse Inácio Dina, porta-voz do Comando-Geral da PRM, acrescentando que “(…) o facto de alguém possuir uma arma de fogo, estar fardado e movimentar no meio das populações cria insegurança (…)”.
Afonso Dhlakama foi encurralado pela manhã da passada sexta-feira e os seus seguranças desarmados pela Unidade de Intervenção Rápida (UIR) e pelo Grupo Operativo Especial (GOE) menos de 24 horas depois de ter reaparecido em Gorongosa, para onde se refugiou a 25 de Setembro último.
Na altura, estas duas forças governamentais repressivas e anti-motins, cercaram a casa de Dhlakama, sita no bairro das Palmeiras, e dominaram os seus seguranças, bloquearam também os acessos, forçaram os vizinhos a abandonarem as suas residências, e impediram a circulação de viaturas.
“Vocês têm vindo a acompanhar que a guarda do líder da Renamo tem estado a movimenta-se” em diversos pontos do país, “fardada e com armamento de diverso calibre”, o que cria pânico. “O dever da Polícia é evitar que situações desta natureza aconteçam (…)”, declarou o spokermam na terça-feira (13), à Imprensa, e sublinhou que o que aconteceu foi apenas a recolha de instrumentos que poderiam ser perigosos para o próprio Dhlakama, que, “agora, está em condições bem seguras”.
“Nós estamos a falar de várias armas que estavam a ser detidas ilegalmente por indivíduos e serviam para hostilizar as populações, criando instabilidade”, referiu Dina, que ao contrário do aconteceu e correu o mundo pela Imprensa, considerou que a recolha das armas que se encontravam com homens da Renamo e a proteger o seu líder foi mediante a persuasão (…), e tinha “informação bastante” sobre “a quantidade de armamento” em poder desta formação política, naquele lugar concreto.