A Polícia da República de Moçambique (PRM) acusou neste sábado o partido Renamo de ter atacado de madrugada o povoado de Saute, na província de Gaza, sul do país, tendo matado uma pessoa. Acusação desmentida pelo porta-voz do maior partido de oposição.
“Eles [a Renamo] atacaram a população de Saute [no distrito de Chigubo] e mataram um tractorista que estava a trabalhar, abastecendo de água as populações afectadas pela seca”, disse à agência Lusa o porta-voz da PRM na província de Gaza, Jeremias Langa.
O responsável acrescentou que a intenção dos alegados atacantes era encontrar uma das posições das forças de defesa e segurança na região, à semelhança do que aconteceu na madruga de quinta-feira no centro de Moçambique.
A Lusa contactou o porta-voz da Renamo, António Muchanga, que desmentiu a informação avançada pela polícia, tal como negou o ataque na madruga de quinta-feira ao povoado de Zero, na província da Zambézia, considerando que há um plano da Frelimo para “manchar a imagem” do seu partido.
“É mentira, a Renamo não está envolvida nisso. Estou a dizer que é mentira”, sublinhou António Muchanga, acrescentando que se trata de “confrontos entre eles”.
A informação sobre o segundo incidente envolvendo o partido Renamo em menos de quatro dias foi avançada pela Rádio Moçambique e confirmada depois à Lusa pelo porta-voz da PRM em Gaza.
À semelhança do alegado ataque da Renamo na quinta-feira ao posto das forças de defesa e segurança do povoado de Zero, de acordo com o porta-voz da PRM em Gaza, o novo incidente no distrito de Chigubo deu-se de madrugada, por volta das 02:00 locais.
“Os trabalhos de perícia já estão em curso e também já temos lá uma equipa que está a garantir a segurança das populações”, afirmou Jeremias Langa, salientando que, apercebendo-se da chegada da polícia, os autores do ataque colocaram-se em fuga, em direção a Funhalouro, na província de Inhambane (sul), onde existe uma base do partido Renamo.