Um tribunal da região separatista somali de Somalilândia (norte) condenou a três anos de prisão a poetisa Naema Ahmed Ibrahim por ter se manifestado contra a independência, informou nesta segunda-feira a imprensa local.
O tribunal a acusou de “insultar e difamar o Estado, por ter tornado públicas opiniões contra a secessão da República de Somalilândia e por chamar de região esta área que declarou sua independência em 1991”, embora não conte com nenhum reconhecimento internacional.
Além da acusação de “desprezar a nação e o Estado” pela qual foi condenada, a Promotoria também a tinha acusado de “atividade antinacional de um cidadão no exterior”, embora o tribunal finalmente a tenha perdoado desse suposto crime.
A poetisa foi detida no dia 27 de Janeiro no aeroporto de Hargeisa, capital de Somalilândia, quando ia viajar para a capital da Somália, Mogadíscio.
O diretor do Centro pelos Direitos Humanos de Somalilândia (HRC), Guleid Ahmed Jama, publicou um comunicado após a condenação no qual explica: “Estamos muito preocupados com o encarceramento e a sentença de Naema.
A liberdade de expressão é consagrada e protegida pela Constituição de Somalilândia”.
“Reivindicamos ao Governo de Somalilândia que respeite sua própria Constituição. Também estamos muito preocupados com as denúncias de maus-tratos a Naema feitas pelos seus advogados”, acrescentou Guleid.