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PM critica especuladores dos preços

O Primeiro-ministro (PM) moçambicano, Aires Ali, criticou, quarta-feira, em Maputo, a atitude dos comerciantes que agravam os preços dos seus produtos durante a quadra festiva, quando deveria ser a altura ideal para vender os mesmos a preços promocionais.

 

 

Segundo o PM, a tradição nos outros países do mundo é de reduzir os preços dos produtos durante a quadra festiva, uma vez que os comerciantes vendem em saldos.

Contudo, em Moçambique, acontece precisamente o inverso. Dos estabelecimentos comerciais hoje visitados por Aires Ali em Maputo, a distribuidora Africom é a única que reduziu os preços de alguns produtos nos últimos dias.

“É esta cultura que temos de desenvolver”, disse Ali, acrescentando que “gostaria de ver assumida por mais distribuidores e também retalhistas a cultura de baixar os preços durante a quadra festiva, como vimos aqui o esforço da empresa Africom”.

Falando a jornalistas momentos após visitar o armazém da empresa Africom, o PM disse que os comerciantes não perderiam nada por adoptar esta prática, uma vez que a procura dos produtos seria maior ainda e eles acabariam por vender quantidades significativas.

Aires Ali explicou que o Governo irá continuar a promover o aumento da produção nacional, situação que irá contribuir para a redução geral dos preços devido ao aumento da oferta.

Para o Ministro da Indústria e Comércio, Armando Inroga, além do aumento da produção, outro factor importante para a redução dos preços dos produtos é a tomada de consciência dos comerciantes sobre os prejuízos resultantes da especulação.

Falando a AIM, no término da visita do PM, Inroga citou como exemplo a deterioração de enormes quantidades de tomate e de batata-reno no Mercado Grossista do Zimpeto, arredores de Maputo, porque os seus proprietários não conseguiram vender a preços especulativos que praticavam inicialmente.

O Ministro não precisou as quantidades de batata e tomate perdidos pelos grossistas, mas o jornal “Notícias” desta Terça-feira fez referência a mais de cinco mil sacos (de 10 quilogramas cada) de batata-reno no último fim-de-semana.

Armando Inroga disse que os grossistas de Zimpeto poderão perder outras quantidades de tomate e batata-reno nos próximos dias. Trata-se de produtos que eram vendidos a preços especulativos nos últimos dias, que acabou por desencorajar os potenciais clientes.

“Quando os retalhistas tomarem a consciência das perdas em resultado da especulação, a situação vai melhorar”, disse o ministro, acrescentando que “depois deste caso dos vendedores do Mercado Grossista do Zimpeto, muito provavelmente não haverá especulação no próximo ano”.

Contudo, Inroga disse que nesta quadra festiva houve três cenários: o de baixa de preços, subida e manutenção. Segundo ele, os preços do arroz e de determinados tipos de bolacha baixaram, mas os da batata e de tomate sofreram especulação.

Por isso, a Inspecção do Comércio tomou medidas punitivas contra os comerciantes que foram surpreendidos a praticar preços especulativos. O ministro disse ainda que as autoridades apreenderam enormes quantidades de produtos em Nampula, Manica, Zambézia e Maputo.

“Na Zambézia houve apreensão de Coca-Cola, como sabe, os preços dos produtos desta marca estão padronizados, mas foi detectada uma situação de especulação na Zambézia. Por norma, todos os produtos apreendidos retornam imediatamente ao mercado onde são comercializados sob a inspecção das direcções provinciais da Indústria e Comércio”, explicou o governante.

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