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Plano de unidade da oposição síria enfrenta resistência

Um plano para unir os grupos sírios de oposição começou a enfraquecer logo que foi posto sobre a mesa, segundo os participantes das negociações.

Os países árabes e ocidentais apoiavam as discussões realizadas em Doha com o objectivo de forjar uma coligação de grupos rebeldes e de políticos exilados contra o presidente Bashar al Assad.

Mas, em acaloradas discussões na noite da Terça-feira, alguns integrantes do Conselho Nacional Sírio (CNS), formado por políticos exilados, criticaram Rihadh Seif – influente membro do CNS responsável por costurar a iniciativa -, com alguns acusando-o de impor uma pauta de interesses dos EUA para o Conselho, dominado por políticos de orientação islâmica.

“Seif não foi nada convincente ontem. Ele disse ao Conselho que iria levar a iniciativa adiante com ou sem eles”, disse uma fonte do CNS.

Seif propôs que o CNS ocupasse 24 de 60 vagas numa assembleia rebelde que ficaria encarregada de escolher um governo provisório após a eventual queda de Assad, que há 19 meses reprime uma rebelião na Síria.

Muitos membros do CNS consideraram que o grupo ficaria sub-representado com esse sistema, mas as fontes também informaram que a Irmandade Muçulmana, mais influente grupo dentro do CNS, sinalizou o seu apoio.

“Há tensões e temores dentro do CNS de que eles deixem de ser relevantes se concordarem com a iniciativa. Eles querem garantias”, disse uma fonte do CNS. “Mas o Conselho é pragmático. Eles estão a negociar.”

Muitos governos que apoiam a rebelião síria – como os de Turquia, Catar, Arábia Saudita e EUA – manifestam impaciência com as divisões internas do CNS, e exigem que o grupo dê mais espaço àqueles que, no dizer da secretária norte-americana de Estado, Hillary Clinton, estão “nas linhas de frente, a lutarem e a morrerem”.

Seif, que espera obter reconhecimento oficial e apoio militar à oposição, deseja que a sua Iniciativa Nacional Síria reúna formalmente políticos do exílio com representantes de grupos locais e forças rebeldes que operam dentro da Síria.

Os governos ocidentais relutam em oferecer apoio explícito aos rebeldes sírios, temendo que uma oposição dividida e ineficaz deixe espaço para a implantação de um futuro governo islâmico.

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