O velocista sul-africano Oscar Pistorius chorou e vomitou, esta segunda-feira (10), ao ouvir detalhes sobre a autopsia da sua namorada, Reeva Steenkamp, morta há pouco mais de um ano, num crime pelo qual ele está a ser julgado.
O depoimento do legista Gert Saayman foi interrompido em duas ocasiões por causa da comoção de Pistorius, mas a defesa dele pediu que o procedimento não fosse adiado.
Antes, a juíza Thokozile Masipa proibiu a transmissão por rádio e TV do depoimento de Saayman, por respeito à família de Steenkamp e para impedir que crianças e outros espectadores sensíveis ouvissem coisas chocantes.
Relatos sobre o depoimento via Twitter também foram vedados. Até agora, o julgamento era transmitido na íntegra. Pistorius admite ter matado a namorada, uma modelo de 29 anos, a 14 de Fevereiro do ano passado – Dia de São Valentim, que é o Dia dos Namorados na África do Sul e outros países.
No entanto, ele alega que tudo não passou de um trágico acidente, pois ele achou que um ladrão havia invadido o seu imóvel de luxo, em Pretória, e se escondido num banheiro. No seu depoimento, Saayman confirmou que Steenkamp morreu depois de levar três tiros disparados do outro lado da porta trancada.
Ela foi atingida na cabeça, num braço e no quadril, e um quarto tiro disparado por Pistorius não a acertou. Pistorius, que teve as duas pernas amputadas na infância e ficou famoso ao disputar a semifinal dos 400 metros rasos na Olimpíada de 2012 contra atletas sem deficiência, ouviu esse depoimento de cabeça baixa, cobrindo as orelhas com as mãos e com um lenço branco.
Sayaam é o primeiro especialista a depor no julgamento, no qual anteriormente os vizinhos disseram ter ouvido gritos de mulher e vários tiros na casa de Pistorius naquela madrugada de 14 de Fevereiro de 2013. O atleta pode ser condenado a pelo menos 25 anos de prisão se for considerado culpado por homicídio doloso (intencional).