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PGR ignora cidadãos albinos raptados e um deles morto em 2017

Aprendidos só 58 quilogramas de pontas de marfim e cornos de rinocerontes em 2017 (?)

Foto do MagazineA Procuradora-Geral da República (PGR), Beatriz Buchili, faltou à verdade ao Parlamento, na quarta-feira (25), ao afirmar que, no ano passado, não houve tráfico e assassinato de albinos. Todavia, sabe-se que em Janeiro de 2017, no distrito de Ngaúma, província do Niassa, indivíduos desconhecidos raptaram uma criança albina de sete anos de idade. Em Setembro do mesmo ano, um jovem albino de 17 anos foi morto e extraído alguns órgãos, em Benga, Tete, onde em Maio tinha sido detido um casal quando pretendia vender o filho albino. Em Outubro um homem ficou privado de liberdade, acusado de tentativa de venda da sua própria filha, de 13 anos de idade.

No caso do Niassa, os malfeitores arrombaram a porta da casa da família do miúdo enquanto todos estavam a dormir. Na altura, Alves Mate, porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM) naquele ponto do país, disse que havia esforços no sentido de resgatar a vítima. Mas, nunca mais se soube qual foi o paradeiro da vítima.

Em Tete, o cidadão foi assassinado por indivíduos desconhecidos, no povoado de Nhambaluwalu, e extraíram do seu corpo o cabelo, o cérebro, os membros inferiores e superiores.

Um líder comunitário daquela localidade disse à AIM que o finado “respondia por Chinguirai João. Foi raptado de dia e morto no período da noite”.

Na mesma província, um homem que responde pelo nome de Estefânio Máquina caiu nas mãos da Polícia por tentativa de venda da própria filha, de 13 anos de idade, por pouco mais de 2.360.000 meticais a indivíduos não identificados.

Ainda em Tete, um casal caiu nas mãos das autoridades da lei e ordem por suposta tentativa de venda do próprio filho de dois anos de idade, com problemas de albinismo, por quatro milhões de meticais, em conluio com cinco indivíduos, supostamente por si contactados, e que receberiam cada 50 mil meticais de gratificação.

Segundo a corporação, o casal viajou do distrito de Dôa para o de Moatize, para concretizar o negócio, pois acreditava que era onde se encontravam possíveis e potenciais compradores.

Lurdes Ferreira, porta-voz do Comando Provincial da PRM em Tete, disse que caso o negócio tivesse saído conforme o planeado, os progenitores da criança pretendiam mudar-se para a cidade da Beira.

Estes são apenas alguns exemplos publicados na imprensa e nenhum deles foi mencionado no informe anual da PGR, como também não houve, publicamente, esclarecimento por parte da Polícia e do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC).

Beatriz Buchili disse aos deputados que em 2017 “não registámos casos de tráfico de envolvendo albino, contra sete de 2016”.

Ela apelou para a necessidade de aprovação de um plano nacional de prevenção e combate ao tráfico de pessoas, o qual deverá ainda viabilizar a materialização dos mecanismos de atendimento e acolhimento das vítimas.

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