Dos 2.998 pensionistas existentes na província de Nampula, e que auferem mensalmente valores que variam de 3.342.18 a 108.000 meticais, um número considerável deles, ainda sem contas bancárias, não se dirige aos pontos de levamentos dos montantes a que têm direito por razões até aqui desconhecidas; mas suspeita-se que seja por causa das longas distâncias que alguns percorrem para o efeito. Por isso, cheques emitidos a seu favor são constantemente devolvidos ao Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).
Em Nampula, o grosso dos pensionistas encontra-se nos distritos de Angoche, Monapo e Nacala-Porto. Daquele grupo, 1.611 recebem pensão de sobrevivência, 1.290 de velhice e 97 de invalidez, enquanto que 30 não fizeram a prova de vida este ano, um processo que permitiu a descoberta de mais de 2.000 pensionistas fantasmas, segundo anunciou a ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo.
O INSS disse que está preocupado com o facto de em Nampula existirem pensionistas que não procedem aos levantamento dos seus cheques. Nos próximos dias, a instituição planeia reunir com as entidades dos 23 distritos da província para a criação de uma comissão que possa ajudar a contornar o problema.
João Cossa, delegado provincial do INSS em Nampula, um cheque é mantido a favor de um beneficiário durante um mês, findo o qual o documento é devolvido à delegação e depois inutilizado porque não se consegue localizar o pensionista devido ao difícil acesso nos distritos e não tem sido fácil manter um contacto permanente com os beneficiários.
Os mais de 2.000 pensionistas fantasmas foram descobertos em Maputo e suspeita-se que nas províncias haja mais gente a auferir pensões sem direito para tal. Contudo, Cossa disse que em Nampula este problemas não acontece.
Relativamente a fixação de pensões para novos beneficiários, João Cossa disse que de Janeiro a esta parte, foram recebidos 442 processos, dos quais apenas 98 foram deferidos. Os restantes não foram ponderados por alegada falta de requisitos.