O Paquistão enforcou nesta terça-feira um homem cujo caso provocou um clamor internacional porque os seus advogados dizem que ele foi preso quando era adolescente e foi torturado para confessar um assassinato.
O Paquistão enforcou quase 200 pessoas desde Dezembro, quando um massacre de militantes islâmicos numa escola na cidade de Peshawar levou o governo a suspender a proibição da pena capital. Apenas o Irão e a China executaram mais pessoas do que o Paquistão este ano, segundo o grupo pró-direitos humanos Amnistia Internacional.
“Shafqat Hussain foi executado esta manhã no Paquistão, apesar dos apelos generalizados, tanto dentro como fora do país, para um adiamento”, disse num comunicado o grupo de ajuda legal Projecto Justiça Paquistão, que estava a representar Hussain.
A lei paquistanesa não permite a execução de alguém preso quando adolescente. Os procuradores da República disseram que Hussain era um adulto e trabalhava como guarda quando foi detido.
No entanto, os advogados de Hussain afirmam que os registos escolares mostraram que ele tinha 17 anos em 2004 quando foi queimado com cigarros e teve as unhas removidas até confessar ter morto uma criança. A sua família disse que ele tinha nesta altura 14 anos de idade. Segundo os advogados, a família não tinha a certidão de nascimento de Hussain.