O papa Bento 16 encerrou a sua visita a Cuba, esta Quarta-feira, com um encontro com o líder revolucionário Fidel Castro e condenou o embargo de 50 anos imposto pelos Estados Unidos à ilha comunista.
“Que ninguém se sinta impedido de somar-se a esta apaixonante tarefa (de criar uma sociedade reconciliada) pela limitação das suas liberdades fundamentais, nem eximido dela por falta de recursos materiais”, disse o papa.“Situação que se vê agravada quando as medidas económicas restritivas impostas de fora do país pesam negativamente sobre a população”, acrescentou o papa, que concluiu uma vista de três dias a Cuba na qual incentivou os cubanos a buscar a “liberdade autêntica” e pediu um maior peso para a Igreja Católica.
O líder de 1,2 bilião de católicos em todo o mundo rezou uma missa na ampla Praça da Revolução para 300 mil pessoas, segundo o Vaticano.
O local costumava ser palco de discursos inflamados de Fidel quando estava à frente do governo cubano, cargo que ocupou por quase 50 anos.
Cercado por grandes imagens dos “companheiros” de Fidel Ernesto “Che” Guevara e Camilo Cienfuegos, o papa leu um sermão que abordou os principais temas da sua viagem, que Cuba precisa de construir uma sociedade mais aberta, menos controlada, com um papel maior para a Igreja Católica como anteparo contra trauma ou convulsão social.
Apesar de o Vaticano ter estimado em 300 mil o número de pessoas que acompanharam o acto, os jornalistas da Reuters avaliaram que o número seria consideravelmente menor.