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Países pobres acusam ricos de ignorar promessas sobre clima

As promessas feitas pelos países ricos, segundo as quais podem disponibilizar recursos para ajudar as nações pobres a adaptarem-se aos riscos dum planeta mais quente, estão a ser ignoradas na retomada das negociações da Organização das Nações Unidas (ONU), no âmbito da busca dum acordo global sobre o clima, a vigorar a partir de 2020.

A preocupação foi manifestada, esta Quarta-feira (30), por cerca de 50 das nações mais pobres do mundo. Os países, na sua maioria africanos, disseram que as conversações iniciadas em 2007 para definir um acordo que suceda o Protocolo de Kyoto não podem terminar sem que as nações ricas comprometam-se a lhes conceder ajuda para lidar com a crescente elevação do nível dos mares causada pelas mudanças climáticas.

A Reuters Point Carbon escreve que as nações industrializadas, como a União Europeia, os Estados Unidos e o Japão, querem encerrar as conversações sobre o acordo do cumprimento obrigatório da redução de emissões de gases que provocam o aquecimento da Terra.

O pacto entraria em vigor em 2013, mas fracassou em 2009. O presidente do Grupo de Negociadores dos Países Menos Desenvolvidos, Pa Ousman Jarju, entende que esses países querem se concentrar em um novo acordo que tenha efeito no fim da década.

“Não podemos viver com essas questões sendo adiadas até que um novo acordo seja negociado em 2013, o qual não iria sequer entrar em vigor em 2020”, disse. Os países ricos prometeram disponibilizar 100 bilhões de dólares por ano a partir de 2020 para ajudar os mais pobres a combaterem os efeitos das mudanças climáticas.

Todavia, os países mais pobres temem que os recursos existentes, de 10 bilhões de dólares reservados por ano, expirem em Dezembro próximo sem que seja feito um novo acordo interino para suprimento de fundos.

A secretária-executiva do Departamento de Clima da ONU, Christiana Figueres, disse que “todas as partes precisam de uma compreensão mais clara de como obter os 100 bilhões de dólares por ano até 2020, sem falhas”.

O apelo acontece num momento em que as nações ricas enfrentam dificuldades para controlar seus deficits e dívidas públicas, ao mesmo tempo que as propostas para buscar no sector privado dinheiro, por meio de regulamentações ou tributação de emissões de sectores como aviação e navegação, enfrentam dificuldades de angariar apoio.

As negociações, em Bangcoc, prosseguir até próxima. Tentar-se-á obter avanços na discussão sobre se os países que se recusaram a cumprir metas de redução de emissões, sob o Protocolo de Kyoto, poderiam ou não ter acesso aos mercados de carbono lançados por esse tratado, firmado em 1997.

O tema interessa aos governos da Austrália, Nova Zelândia e Japão, que estabeleceram metas para grandes empresas emissoras de carbono, ou planeiam fazer isso, pelo seu interesse em permitir que elas usem créditos baratos de carbono do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo para eliminar custos.

Os países mais pobres querem usar o acesso aos créditos de carbono como condição para que esses três países voltem a se comprometer com Kyoto.

As conversações também terão como meta definir como os países podem aumentar seus compromissos voluntários de redução de emissões até 2020, feitos na cúpula do clima de Copenhague, em 2009.

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