Um padre católico admitiu, esta Quinta-feira, perante um tribunal alemão, que abusou três meninos a partir de 2004, disse a imprensa alemã.
O padre, de 46 anos, foi identificado nos documentos judiciais como Andreas L.. Uma das vítimas estava a ser preparada pelo padre para a primeira comunhão e as outras duas eram irmãos que ele acompanhou às viagens, incluindo à Disneylândia de Paris.
“O pior aspecto é que ele explorou a confiança deles”, disse o promotor Klaus Ziehe, da cidade de Braunshweig, no centro do país, em declarações publicadas pelo jornal Sueddeutsche Zeitung.
Assim como noutros países, as acusações de abuso têm abalado a Igreja Católica na Alemanha, levando-a a abrir os seus arquivos aos investigadores independentes e permitindo buscas por provas de possíveis abusos ocorridos desde 1945.
O padre, detido em meados do ano passado, usou uma pasta para cobrir o rosto no tribunal, diante de alguns paroquianos seus presentes nas galerias.
Alguns balançaram a cabeça ou levaram a mão à boca, em choque, ao ouvir as acusações a serem lidas, relatou o jornal.
Casos como esse podem estar por trás de um êxodo de fiéis católicos. Um estudo mostra que cerca de 180 mil alemães deixaram a Igreja em 2010, aumento de 40 por cento em relação ao ano anterior.
Pela primeira vez, na Alemanha do pós-guerra, o número de fiéis que deixa a Igreja Católica supera a evasão das religiões protestantes, segundo a pesquisa publicada na revista Christ & Welt.
O papa Bento 16, que é alemão, reuniu-se em Setembro com vítimas de abusos sexuais cometidos pelo clero local, e manifestou profundo pesar.
Berlim reservou 100 milhões de euros para custear o acompanhamento psicológico das vítimas. A Igreja Católica alemã enfrenta, actualmente, cerca de 600 processos a exigirem indemnização.