Um homem de 42 anos de idade está a contas com a polícia sul-africana, alegadamente por ter engravidado e contaminado com o vírus de HIV a sua enteada, de apenas 13 anos de idade, cuja mãe, que vivia maritalmente com o indiciado, é também seropositiva.
O homem, cuja identidade foi omitida, compareceu ao Tribunal de Primeira Instância de Randburg, na cidade de Joanesburgo, e foi obrigado a efectuar testes de ADN para se provar a sua paternidade.De acordo com o Ministério Público, as violações, remontam há dois anos, ou seja, quando a miúda ainda tinha 11 anos de idade, e terão ocorrido na sua residência, em Kya Sands, norte de Joanesburgo.
A mãe, também seropositiva, tinha sido alertada sobre as violações há dois anos via SMS por parte de uma das suas filhas, que depois a acusou de estar mais preocupada em salvar o casamento do que com a filha.
O caso foi mantido em segredo pois a família temia que ela sofresse caso soubesse que o marido praticava relações sexuais com a filha. Entretanto, no dia 29 de Agosto, depois de ter recebido um SMS de uma das filhas, questionando acerca do silêncio à volta do assunto, ela decidiu deslocar-se com a vítima ao médico para que esta fosse examinada. Os resultados conformaram que a menor vinha sofrendo abusos sexuais há bastante tempo.
O que fez com que participasse o caso à polícia não foi só o facto de o acusado ter violado a enteada, mas também por ele estar ciente da sua seroprevalência. “Ela disse, em tribunal, que queria que o marido passasse o resto da vida na cadeia por ter destruído o futuro da petiza”, afirma a polícia.
Mas, apesar de todas as evidências, ele refuta as acusações, alegando que “a minha filha disse- me que tinha engravidado do namorado”, mas foi imediatamente interrompido pelo juiz, Fanuel Modau, pois o advogado de defesa não se tinha feito presente à corte.
“Está a dirigir-se a mim pelo facto de o seu advogado não estar presente? O que eu quero saber de si é se tem alguma objecção em relação aos exames que devem ser efectuados para provar a sua paternidade”, indagou o juiz Modau, ao que o acusado disse que não.
Porém, este caso foi transferido para um tribunal que lida com violações sexuais em Alexandra, pelo facto de envolver uma menor de idade e por as investigações não terem sido ainda concluídas.
Enquanto isso, o Ministério Público, na voz de Elias Ratlou, procurador, vai opor-se ao pagamento de uma caução até que haja um desfecho.
Outro caso de violação
No histórico bairro de Soweto, arredores da cidade de Joanesburgo, uma mulher diz que a filha, de seis anos de idade, foi também violada por um homem de 42 anos de idade, e pede justiça pois há um ano que o caso está no tribunal.
“O violador é meu vizinho. Ele era professor. Há um ano que clamo por justiça. O julgamento foi adiado inúmeras vezes. Já nos deslocámos várias vezes ao tribunal. Receio que ele (o violador) regresse ao bairro, localizado em KwaZulu-Natal”, conta.