O atleta sul-africano, Oscar Pistorius, foi condenado esta terça-feira a cinco anos de prisão efectiva por homicídio involuntário da namorada Reeva Steenkamp. Na leitura da sentença, a juíza Thokozile Masipa, que presidiu todo o processo de julgamento, afirmou que a decisão é “sua e apenas sua”, sublinhando que a aplicação de uma pena a um crime não é um “exercício perfeito”.
Pistorius foi ainda condenado a três anos de prisão com pena suspensa por acusações de disparo de arma de fogo em local público, factos anteriores à morte de Reeva.
As outras três acusações são: disparo de arma de fogo em público através do tecto de um carro em Novembro de 2012; outro disparo de arma de fogo em público, num restaurante, em Janeiro de 2013; e posse ilegal de munições. Foi considerado culpado pelo segundo e ilibado nos outros.
No fim da audiência, o atleta foi levado para a prisão de Kgosi Mampuru II em Pretória.
No caso de manifestar um bom comportamento na prisão, Oscar Pistorius poderá cumprir apenas cerca de 18 meses de prisão.
Na noite de 14 de Fevereiro de 2013, o atleta paralímpico disparou quatro tiros sobre a namorada, não tendo o tribunal considerado que houve intenção de matar a jovem modelo.
Família de Reeva satisfeita
A família da modelo sul-africana Reeva Steenkamp afirmou esta terça-feira estar satisfeita com a sentença de cinco anos de prisão atribuída a Oscar Pistorius. O advogado que falou em nome da família da vítima afirmou que o pai de Reeva Steenkamp “está contente” porque o julgamento chegou ao fim, sublinhando que os familiares da vítima aceitaram a sentença. “Eles sentem que a pena está bem aplicada”, declarou Dup de Bruyn, logo após ter sido ouvida a sentença no tribunal de Pretória.
Dinheiro recusado
Na sessão de mitigação e agravamento da pena, que teve lugar na última semana, a acusação avançou com a informação sobre transferências de dinheiro para os pais de Reeva Steenkamp, que os próprios recusaram. O advogado do processo Gerrie Nel revelou que foram transferidas somas avultadas de ajudas económicas aos pais da vítima, em nome do atleta paralímpico. No entanto, o dinheiro “ensanguentado” (adjectivo usado por Gerrie Nel) foi recusado e devolvido a Pistorius.
Um livro
Oscar Pistorius está a planear escrever um livro com a sua versão sobre a morte de Reeva.
Segundo disse ao jornal Obrserver o agente do atleta paralímpico sul-africano, ambos têm estado a “discutir ideias e conceitos” para aquele que poderá vir a ser um polémico best-seller, que servirá para tirar algumas dúvidas àqueles que acreditam na sua inocência. Por outro lado, muitos têm acusado o atleta de estar a encontrar formas de ganhar dinheiro à custa da morte da modelo.
O mais provável é que as vendas do livro poderão ajudar a repor os milhões gastos com o processo e com advogados.
