A Aliança Democrática, partido de oposição da África do Sul, liderava a contagem dos votos das eleições locais em três grandes cidades do país nesta quinta-feira, ameaçando causar o maior revés eleitoral ao Congresso Nacional Africano (ANC acrónimo em inglês) desde o fim do apartheid há duas décadas atrás.
O ANC – que pôs fim ao governo da minoria branca quando chegou ao poder na primeira eleição democrática do país em 1994 – mantém uma grande vantagem na contagem nacional, mas está atrás da Aliança Democrática nas cidades de Pretória, Joanesburgo e Porto Elizabeth, áreas nas quais reinava absoluto desde o final do apartheid.
Uma perda significativa de apoio do partido governista nestas áreas poderia reformular o cenário político sul-africano antes da eleição nacional de 2019 e encorajar adversários do presidente Jacob Zuma dentro do ANC para desafiá-lo.
A eleição municipal tem como pano de fundo a revolta crescente dos eleitores com o alto desemprego e a falta de serviços básicos no momento em que o país mais industrializado da África se vê à beira da recessão, além de uma série de escândalos de corrupção em torno de Zuma.
Muitos apoiantes do ANC estão a rumar para a Aliança Democrática, o que fortalece as suas tentativas de atrair o voto da população negra e livrar-se da imagem de partido que serve sobretudo aos interesses da minoria branca.
Com cerca de dois terços da apuração concluída em todo o país, o ANC tem uma dianteira de 53 por cento, a Aliança Democrática soma 28 por cento dos votos e os esquerdistas radicais Combatentes da Liberdade Económica contam com 7 por cento de apoio. Os resultados finais são esperados na sexta-feira.