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Oposição guineense exige divulgação de relatório sobre morte de Presidente

O Partido da Renovação Social da Guiné-Bissau (PRS, oposição) exigiu a divulgação imediata do relatório sobre os assassínios ocorridos em Março e Junho de 2009, no país, incluindo o do Presidente João Bernardo “Nino” Vieira. Num comunicado a que a PANA teve acesso esta segunda-feira, em Bissau, o PRS, maior força política da oposição do país, ameaça convocar uma manifestação popular se tal relatório não for divulgado para “dissipar as dúvidas e banir a suspeição generalizada no seio da classe política nacional”.

“Na persistência do silêncio da parte das autoridades republicanas competentes, o PRS reserva-se o direito de convocar, nos próximos dias, uma manifestação pacífica popular em todo o território nacional”, adverte. Segundo a nota do PRS, tal manifestação contará com a participação de “todas as forças políticas da oposição amantes da paz e democracia e os familiares das vítimas”.

O PRS exorta também o Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, a tomar medidas para afastar o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior da chefia do Governo.

A 01 de Março de 2009, o então chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMG) da Guiné-Bissau, tenente-general Batista Tagmé Na Waié, foi morto na explosão de uma bomba no seu gabinete no quartel-general das Forças Armadas, em Bissau. Algumas horas depois, na madrugada de 02 de Março, o então Presidente Nino Vieira foi assassinado na sua residência, também em Bissau, por um grupo de militares fortemente armados até agora não identificados.

Em Junho do mesmo ano, o candidato presidencial Baciro Dabó e o deputado Hélder Proença foram mortos a tiro por alegado envolvimento numa suposta tentativa abortada de golpe de Estado. O PRS lamentou ainda que a União Europeia condicione a cooperação com o país à libertação do almirante Zamora Induta, antigo chefe das Forças Armadas detido na intervenção militar de 01 de Abril, levada a cabo pelo atual chefe do EMG das Forças Armadas, major-general António Indjai.

No comunicado, o PRS lamenta também a “posição assumida pelo delegado da União Europeia em Bissau que considera a libertação de Zamora Induta como condição básica para a manutenção da cooperação da comunidade que representa com o Estado da Guiné-Bissau, mormente nos domínios da defesa e segurança”. “Saliente-se que, como Estado soberano, a República da Guiné-Bissau coopera com outros países e organizações internacionais na base dos princípios da igualdade, respeito mútuo, reciprocidade e de não ingerência nos assuntos internos”, salienta o PRS no documento.

Na altura da intervenção militar, Zamora Induta foi acusado de abuso do poder por, António Indjai, então vice-chefe do EMG. Na sequência desses acontecimentos, a União Europeia e os Estados Unidos decidiram suspender os apoios à reforma do setor de defesa e segurança na Guiné-Bissau.

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