A líder de oposição de Taiwan Tsai Ing-wen conquistou uma vitória convincente nas eleições presidenciais deste sábado e prometeu manter a paz com a China, que alertou que vai se opor a qualquer movimentação em busca da independência.
Tsai, líder do Partido Progressista Democrático (PPD), assumirá um dos cargos mais difíceis e perigosos da Ásia, com a China apontando centenas de mísseis em direcção à ilha, décadas após os Nacionalistas derrotados terem fugido dos comunistas de Mao Zedong para Taiwan, na Guerra Civil Chinesa em 1949.
Tsai afirmou que irá estabelecer relações “consistentes, previsíveis e sustentáveis” com a China e que não será provocativa, para garantir o “status quo”. Ela corre o risco de antagonizar com a China se tentar afirmar com força a soberania de Taiwan e reverter oito anos de laços com a China sob o presidente Ma Ying-jeou, dos Nacionalistas.
“Ambos os lados têm a responsabilidade de fazer o máximo para encontrar formas mutuamente aceitáveis para interagir com respeito e reciprocidade e garantir que não haja provocação e nem surpresas”, acrescentou Tsai, tendo levado cerca de 56 por cento dos votos. Ela acrescentou, no entanto, que irá defender os interesses de Taiwan e sua soberania.
A China não renunciou ao uso da força para garantir uma eventual reunificação com a ilha. “Nossa democracia, nossa identidade nacional e nosso espaço internacional devem ser plenamente respeitados e qualquer supressão comprometeria a estabilidade das relações através do Estreito”, disse ela.
Num comunicado divulgado pela media estatal, o Gabinete Chinês para Assuntos de Taiwan afirmou neste sábado que as realizações e paz dos últimos oito anos devem ser comemoradas, e que não irá tolerar qualquer actividade de independência por parte de Taiwan.
“Sobre questões importantes de princípio como proteger a soberania e integridade territorial do país, nossa determinação é sólida como pedra”, disse o comunicado. O apoio ao PPD tem aumentado desde 2014, quando centenas de estudantes ocuparam o parlamento de Taiwan durante semanas protestando contra um projecto de lei comercial da China na maior exposição de sentimento anti-China que a ilha tinha visto em anos.