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Operadores de transporte público devem saber atrair os particulares que ainda usam as suas viaturas particulares

Operadores de transporte público devem saber atrair os particulares que ainda usam as suas viaturas particulares

O ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, exortou aos operadores de transporte público de passageiros da área metropolitana de Maputo a exercerem a actividade, com maior rigor e responsabilidade, com vista a atrair mais passageiros, com destaque para os que ainda preferem usar as viaturas particulares para deslocações regulares.

Este apelo resulta do facto de existirem autocarros recém-adquiridos pelo Governo, no âmbito do “Plano 1000”, a circularem com vidros partidos ou com falta de alguns componentes, tais como grelhas, guarda-lama, para-choque, entre outros.

Para o ministro, que falava esta quarta-feira, 31 de Julho, na cerimónia de abertura da primeira reunião geral com os operadores de transporte público de passageiros da área metropolitana de Maputo, é inadmissível que esta situação prevaleça, pois transmite a ideia de que “o anormal passou a ser normal”: “O normal é ter uma viatura limpa, devidamente assistida, com todos os órgãos e componentes no seu lugar e em condições”.

Para ultrapassar esta situação, Carlos Mesquita sugere que os operadores se dediquem, efectivamente, à actividade, participando cada vez mais no dia-a-dia das cooperativas: “Os gestores das cooperativas devem, uma vez à outra, entrar nos autocarros como passageiros para entender as preocupações e anseios dos mesmos, que querem ser bem transportados e corrigir o que for necessário”.

Num outro desenvolvimento, o governante explicou que, ao manter os autocarros em condições e prestar um bom serviço, os operadores vão poder atrair mais passageiros, mas para tal é necessário criar uma estrutura funcional. “Não devem confundir receita com lucro. É necessário dimensionar os recursos humanos, fazer uma gestão eficiente e pensar em investimentos. Não devemos ter medo de crescer. Muitas vezes não imaginamos, mas é possível crescer”, disse o ministro.

Na ocasião, Carlos Mesquita reiterou que o Governo pretende ver o sector privado a tomar conta do sector do transporte de passageiros, pois “vai ser uma vergonha, se este projecto falhar, e acredito que isso não vai acontecer”. Em resposta a estes apelos, o presidente da Federação Moçambicana dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO), Castigo Nhamane, disse ser necessário tornar a actividade rentável para os operadores.

Segundo o presidente da FEMATRO, é urgente acomodar alguns aspectos, tais como aliviar a sobrecarga que os operadores estão a suportar, criar condições para que as lojas pratiquem preços bonificados (para a aquisição, por exemplo, de pneus, baterias e peças sobressalentes), assim como assegurar que as oficinas sejam idóneas, responsáveis e comprometidas com o projecto de melhoria do transporte de passageiros.

“A FEMATRO e as cooperativas desejam criar uma robustez financeira para que amanhã tenhamos capacidade de renovar as nossas frotas, através dos nossos próprios rendimentos, e não voltemos a pedir que o Governo adquira mais meios”, sublinhou Castigo Nhamane.

Por seu turno, o presidente do Conselho de Administração (PCA) da Agência Metropolitana de Transporte de Maputo (AMT), António Matos, anunciou para Agosto o lançamento do aplicativo “Txapita”, que vai permitir ao passageiro saber a localização do seu autocarro, assim como a previsão da sua chegada à paragem, entre outras vantagens.

“Neste momento, estamos a montar dispositivos de rastreio nos autocarros. O aplicativo tem duas versões, uma para os passageiros e outra para os operadores. Os passageiros estão preocupados com o horário e os operadores com os autocarros”, sublinhou António Matos. Importa realçar que a área metropolitana de Maputo conta, actualmente, com 74 rotas e mais de 400 autocarros operacionais, que garantem o transporte de mais de 400 mil passageiros por dia.

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