A nova operação de dragagem do canal de acesso, cais e bacias de manobras do Porto da Beira, iniciada no passado dia 1 de Agosto, está a decorrer dentro dos padrões desejados – segundo referiu o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa Pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM-EP), Rosário Mualeia, num encontro com a imprensa, ontem, na Beira.
Mualeia disse ter se deslocado ao terreno durante o fim-de-semana tendo constatado com satisfação o ritimo dos trabalhos a cargo do empreiteiro holandês denominado VAN OORD, que nesta fase está a operar uma draga com capacidade de quatro mil metros cúbicos.
A actual operação de dragagem do canal de acesso, cais e bacias de manobras do Porto da Beira tem a duração prevista entre 14 e 16 meses, dependendo das condições de trabalho, sobretudo o estado das marés que influenciam bastante nas operações marítimas – segundo preveniu o PCA dos CFM-EP.
A fonte referiu que a operação em curso visa em parte preparar a área para permitir a intervenção de uma outra draga com capacidade maior de oito mil metros cúbicos, que deverá chegar dentro de aproximadamente cinco meses para reforçar os trabalhos.
O projecto de dragagem do Porto da Beira, aguardado há bastante tempo, está orçado em 43 milhões de euros, dos quais 23 provém dum açordo de financiamento entre o Ministério das Finanças (MF) do Governo de Moçambique (GM) e o Banco Europeu de Investimentos (BEI); dez milhões provém de outro acordo desta feita de doação celebrado entre o MF do GM e a ORET (Agência de Desenvolvimento e Cooperação do Governo da Holanda; e os restantes dez milhões representam a contribuição da própria Empresa Pública Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique.
Depois da conclusão da presente operação de dragagem, o canal de acesso do Porto da Beira a sua largura variará entre 130 e 200 metros, com uma profundidade de 9 a 12 metros, o que permitirá a entrada de navios com capacidade até 45 e sessenta mil toneladas.
Consequentemente isso vai permitir o aumento do volume de carga no Porto da Beira, perspectivando-se até 2012 os níveis de manuseamento atinjam entre oito e dez milhões de toneladas por ano, contando particularmente com o acréscimo de cinco milhões de toneladas por ano da carga de Carvão de Moatize.
Actualmente, segundo revelou Rosário Mualeia, o volume de carga no Porto da Beira continua a crescer na ordem dos sete a dez por cento ano.
Por outro lado, o PCA dos CFM-EP destacou o investimento paralelo que o concessionário portuário Cornelder de Moçambique está a realizar no sentido de garantir mais disponibilidade de equipamento para manuseamento de carga com vista a responder ao aumento dos volumes que já estão a vista.
Destacou também outro investimento que nos próximos doze meses vai consumir cinco milhões de dólares, já iniciado pela própria Empresa Pública Portos e Caminhos de Ferro de Mo-çambique, o qual consiste no apetrechamento das embarcações do Serviço Marítimo (Rebocadores e Barco dos Pilotos) para o Porto da Beira.
Neste momento o porto está a operar apenas um rebocador, e o desafio para os próximos doze meses visa a aquisição de mais um e a reabilitação de outro que se encontra avariado.
Além disso, Mualeia referiu-se a outro trabalho que será preciso a INAHINA levar a cabo, nomeadamente a colocação dos sistemas de ajuda a navegação (bóias de sinalização) e garantir o seu pleno funcionamento.
O Porto da Beira representa um dos maiores empreendimentos económicos ao nível da Cidade da Beira e de toda Região Centro do País. Os seus préstimos beneficiam além dos operadores económicos nacionais, quase todo o Interlande, com particular destaque para o Zimbabué, Malawi, Zâmbia, Botsuana e ate República Democrática do Congo (RDC).